Economia

Amorim sugere que Brasil seja mediador entre EUA e mundo árabe

Proposta foi feita em artigo publicado em inglês pela revista America's Quarterly

O chanceler Celso Amorim: decisão do Brasil foi soberana (Daniel Berehulak/Getty Images)

O chanceler Celso Amorim: decisão do Brasil foi soberana (Daniel Berehulak/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2011 às 19h23.

Washingyton - O Brasil pode utilizar sua crescente influência diplomática para fazer a mediação entre os Estados Unidos e o mundo árabe, sugeriu o ex-chanceler Celso Amorim, em seu primeiro artigo escrito após deixar o cargo, divulgado nesta quinta-feira, nos Estados Unidos.

"Não seria o momento de utilizar as boas relações do Brasil - e de outros países sul-americanos - com o mundo árabe para iniciar um novo diálogo (com os Estados Unidos)?", pergunta-se Amorim neste artigo publicado em inglês pela revista America's Quarterly.

"O Brasil pode servir como um mediador efetivo em negociações", acrescentou Amorim, após fazer um relato de seus oito anos à frente da diplomacia brasileira.

"Talvez uma visão menos maniqueísta e mais sutil da realidade, como a demonstrada pelo Brasil e por outros países sul-americanos, seria útil na hora de lidar com estas situações espinhosas, espacialmente no Oriente Médio", acrescentou Amorim.

Durante o governo presidido por Luiz Inácio Lula da Silva, Amorim converteu-se num dos principais defensores do grupo de países denominados emergentes.

No artigo, o ex-chanceler reconhece que algumas das decisões que tomou à frente da diplomacia brasileira despertaram a inimizade dos Estados Unidos, como sua mediação junto à Turquia para tentar resolver o conflito nuclear iraniano.

"Seja qual for (o veredicto), não se pode dizer que a política externa do Brasil nos últimos anos tenha sido ineficiente ou tenha mantido um perfil baixo", afirma Amorim.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilDiplomaciaOriente Médio

Mais de Economia

Iraque planeja aumentar produção do petróleo em 30%; o que muda para o mercado global?

Mais de meio milhão de beneficiários já aderiram ao acordo de ressarcimento de descontos indevidos

Sem diálogo com EUA, governo espera que inflação do café e da laranja leve Trump a adiar tarifaço

Moody's eleva nota de crédito da Argentina e destaca reformas de Milei