Plantação de soja Agrenco (Arquivo)
Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2012 às 18h42.
São Paulo - O protecionismo verde - criação de barreiras comerciais para proteção ao meio ambiente - é uma das maiores preocupações dos agricultores brasileiros, de acordo com pesquisa feita pela Câmara Americana de Comércio (Amcham, na sigla em inglês). O levantamento mostra que 67% dos entrevistados temem que os países criem taxas que dificultem a importação de commodities agrícolas brasileiras.
O levantamento ouviu 84 altos gestores de empresas do setor, entre os dias 16 e 31 de julho. Durante a Rio+20, representantes de países em desenvolvimento contestaram a ideia de países desenvolvidos de taxar commodities cuja produção não segue as recomendações de preservação do meio ambiente.
A pesquisa "Panorama do Setor de Agronegócios no Brasil e no Mundo", da Amcham, mostra ainda que os empresários brasileiros estão interessados em expandir suas exportações de produtos agrícolas para a África e países da América Latina. Depois dos Estados Unidos, citado por 40% dos entrevistados, o principal alvo dos exportadores é a Argentina, apontada como prioridade por 35%. Entre os países da América Latina, aparecem ainda Chile (22%), Colômbia (17%) e Venezuela (11%). A África foi citada por 25% dos empresários e a China, um dos principais importadores das commodities brasileiras, por 33%.
Na hora de apontar os principais fatores que causam impacto negativo no agronegócio brasileiro, os empresários elegeram os maiores empecilhos, pela ordem: infraestrutura e logística defasadas; sistema tributário burocrático; falta de acordos internacionais; e legislação trabalhista pouco flexível. Em contrapartida, os exportadores citaram o transporte rodoferroviário como a melhor relação custo beneficio para o setor.
Apesar dos problemas, que, segundo a pesquisa feita pela Amcham, aumentam o custo Brasil e dificultam as exportações, 49% dos empresários ouvidos acreditam que as linhas de financiamento oferecidas pelo governo são satisfatórias. Outros 24% afirmaram que não precisaram recorrer às linhas governamentais, enquanto 19% dizem que, além de insuficientes, as linhas não atendem às necessidades do setor e 7% afirmam ter dificuldade de acesso.
Os empresários também se mostram otimistas em relação ao crescimento do setor nos próximos anos. Sobre a previsão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que aponta que a oferta mundial de alimentos precisa crescer em 20% até 2020, e que o Brasil deve responder por 40% desse crescimento, 80% acreditam que conseguirão atingir ou superar a meta.