Economia

Alta da Selic não puxará juros dos bancos imediatamente

Na quarta (28), Copom determinou uma alta de 0,75 ponto percentual para a taxa Selic. Para Febrapan, a princípio, aumento não influenciará juros bancários

Sede do Banco Central em Brasília: segundo Febraban, influência da Selic nas taxas cobradas pelos bancos é menor do que a taxa de mercado futuro (Febraban/Divulgação)

Sede do Banco Central em Brasília: segundo Febraban, influência da Selic nas taxas cobradas pelos bancos é menor do que a taxa de mercado futuro (Febraban/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Brasília - O aumento da taxa Selic não deverá ter reflexos significativos e imediatos no valor dos juros cobrados pelos bancos. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (29) pelo diretor de Assuntos Econômicos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg. Ontem, o Banco Central aumentou de 8,75% para 9,5% a taxa básica de juros.

Segundo ele, a influência da Selic nas taxas cobradas pelos bancos é menor do que a taxa de mercado futuro, que é mais usada em empréstimos de longo prazo.

"A princípio, o aumento [da Selic] apenas diminui a tendência de redução dos juros cobrados pelos bancos e causa um impacto pequeno no nível da taxa de juros cobrada do cidadão comum. Isso porque um bom pedaço dos efeitos já está incorporado nos custos das instituições bancárias", disse Sardenberg à Agência Brasil.

"Desde a metade do ano passado, há uma trajetória de recuo e, atualmente, estamos em um patamar [de custo do crédito] abaixo do registrado no período anterior à crise. O que mais pode influenciar as taxas cobradas pelos bancos são as taxas de mercado futuro e os acenos do BC no sentido de gerar expectativas de novos aumentos [da Selic] para compensar tendências inflacionárias", argumenta o economista.

O spread (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e cobram nos empréstimos), afirma Sardenberg, só aumentará se houver sinais claros de que a economia continua crescendo forte e, associado a isso, sinais de pressão inflacionária.

    <hr>                                     <p class="pagina">"Isso está sendo monitorado e, como os efeitos das medidas adotadas pelo  BC demoram a aparecer, só deveremos ter condições de fazer uma análise  mais bem feita a partir do segundo semestre".<br> <br> "O momento atual é de observar os efeitos dos remédios aplicados pelo  BC. Dependendo do estado do paciente [a economia], veremos se há  necessidade de novas medicações", conclui.<br> <br> O "remédio" citado por Sardenberg é justamente a elevação da taxa básica  de juros da economia. Isso, segundo ele, significa aumentar o custo da  obtenção de crédito, pelo cidadão comum, com o intuito de diminuir a  demanda do mercado.<br> <br> "A tentativa do BC não é de reduzir a expansão da economia. É de apenas  moderar essa expansão. Para tanto, evita a expansão do crédito".<br> <br> Outra alternativa seria aumentar a capacidade instalada das indústrias. "Mas isso leva mais tempo e, nesse caso, a atuação do Estado é mais  limitada. O governo pode muito, mas não pode tudo. Resta a ele então  aumentar essas taxas básicas de juros [Selic]. Dessa forma, ele tem  condições de diminuir a demanda, que está muito alta por causa da força  econômica vivida pelo país".<br><br>Veja outras notícias sobre <a href="http://portalexame.com/noticias-sobre/juros1.shtml"><strong>Juros</strong></a></p>        
Acompanhe tudo sobre:BancosEstatísticasFinançasIndicadores econômicosJurosSelic

Mais de Economia

Escala 6x1: favorito para presidência da Câmara defende 'ouvir os dois lados'

Alckmin diz que fim da jornada de trabalho 6x1 não é discutida no governo, mas é tendência mundial

Dia dos Solteiros ultrapassa R$ 1 trilhão em vendas na China

No BNDES, mais captação de recursos de China e Europa — e menos insegurança quanto à volta de Trump