Economia

Alta do IPC-S teve 30% de peso da energia e da gasolina

A energia elétrica teve variação de 7,20%, enquanto gasolina teve taxa de 7,60%


	Tanque de combustível: o IPC-S ficou em 1,26% ante 0,97%
 (Adam Berry/Getty Images)

Tanque de combustível: o IPC-S ficou em 1,26% ante 0,97% (Adam Berry/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de março de 2015 às 13h46.

São Paulo - A aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) entre o final de fevereiro e o começo de março foi impulsionada principalmente pelo avanço da tarifa de eletricidade residencial e da gasolina, avaliou nesta segunda-feira, 9, o coordenador do indicador, o economista Paulo Picchetti, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

No IPC-S da primeira quadrissemana do mês (últimos 30 dias terminados no sábado, 7), energia elétrica teve variação de 7,20%, enquanto gasolina teve taxa de 7,60%. O IPC-S, por sua vez, ficou em 1,26% ante 0,97%.

"Não me lembro de ter visto antes dois itens pressionando com tanta força e numa mesma semana. Energia e gasolina contribuíram com 0,44 ponto. Um terço da alta do IPC-S vem desses dois itens", afirmou, lembrando que os impactos da elevação nos preços da gasolina estão desaparecendo, enquanto os da energia devem continuar pressionando o IPC-S.

A despeito da pressão esperada nas contas de luz, Picchetti ressaltou que a maior preocupação neste momento e que coloca risco à projeção de 1,50% para o IPC-S fechado de março é o grupo Alimentação.

"Parece que mais uma vez a estimativa está se configurando como piso. Se for revista, infelizmente pode ser para cima. Por enquanto, não acredito que é o caso de alterar", avaliou.

De acordo com o economista, o clima incerto, a depreciação do câmbio e o aumento de custos são alguns dos fatores que colocam em dúvida o comportamento dos preços dos alimentos.

"O risco maior está em Alimentação. Os in natura estão vindo com variação bem forte", disse.

Segundo Picchetti, enquanto alguns alimentos estão caindo menos, caso da batata-inglesa, que saiu de baixa de 7,36% no fechamento de fevereiro para recuo de 4,21% na primeira leitura de março, outros produtos estão avançando.

Ele citou como exemplo o tomate, que subiu de 10,66% para 14,08%.

"O impacto de energia já está na conta (previsão de 1,50%). O risco maior está em Alimentação. A variação dos in natura está vindo forte e deve pressionar mais", estimou, adiantando que nas pesquisas de ponta (mais recentes) o preço do tomate está subindo na faixa de 20%.

Difusão

Exatamente por causa da queda menos significativa de alguns produtos e da aceleração no ritmo de alta nos preços de outros itens, Picchetti explicou que o índice de difusão perdeu força do fechamento de fevereiro, de 69,12%, para 67,65% na primeira leitura de março.

"O fato é que a difusão ainda está muito alta, muito próxima do patamar elevado de 70%", disse.

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisEmpresasEnergiaEnergia elétricaEstatísticasFGV - Fundação Getúlio VargasGasolinaIndicadores econômicosInflaçãoIPCServiços

Mais de Economia

Estamos performando melhor, diz Haddad sobre descongelamento de R$ 1,7 bi do Orçamento

Free Flow: a revolução do transporte rodoviário no Brasil

Governo reduz contenção de despesas públicas de R$ 15 bi para R$ 13 bi e surpreende mercado

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025