Economia

Alta de 2,6% na indústria de SP quase recupera perda acumulada, diz IBGE

A indústria paulista operava em agosto 19,6% abaixo do pico de produção alcançado em março de 2011. Em julho, essa distância era maior, de 22,4%.

IBGE: São Paulo deu a maior contribuição positiva para a alta de 0,8% na média global da indústria brasileira em agosto ante julho. (Kerkez/Getty Images)

IBGE: São Paulo deu a maior contribuição positiva para a alta de 0,8% na média global da indústria brasileira em agosto ante julho. (Kerkez/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 13h26.

A alta de 2,6% na indústria paulista em agosto ante julho quase eliminou a perda de 2,9% acumulada nos três meses anteriores de recuos consecutivos, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

São Paulo deu a maior contribuição positiva para a alta de 0,8% na média global da indústria brasileira em agosto ante julho. A produção paulista foi impulsionada pelo bom desempenho do segmento alimentício, especialmente pela maior fabricação de açúcar, apontou Bernardo Almeida, analista da Coordenação de Indústria do IBGE.

"Está chegando no pico da safra de cana-de-açúcar", disse Almeida. "(A alta de 2,6% na indústria em agosto) É a taxa mais intensa para São Paulo desde junho de 2018, quando cresceu 15,0% lembrando que foi mês de recuperação pós-greve de caminhoneiros", completou.

Com o resultado, a indústria paulista operava em agosto 19,6% abaixo do pico de produção alcançado em março de 2011. Em julho, essa distância do ápice de produção era maior, de 22,4%.

A segunda maior contribuição para o total a indústria em agosto ante julho foi do Pará, com avanço de 6,8% na produção, puxado pela retomada do setor extrativo após a tragédia do rompimento da barragem da Vale na região de Brumadinho, em Minas Gerais.

Em quatro meses de avanços (de maio a agosto), a produção industrial no Pará acumulou uma alta de 83,2%. De fevereiro a abril, a indústria local tinha recuado 40,2%, sob os efeitos decorrentes da tragédia e de paralisações devido ao excesso de chuvas na região no mês de abril.

"Outras plantas produtivas (extrativas) que existem em Minas Gerais, Pará e Espírito Santo, devido a questões de segurança, foram paralisadas (em consequência do rompimento de Brumadinho) até a normalização de medidas de segurança", explicou Almeida.

Passado o período de retração na produção, a indústria do Pará já está 9,6% acima do patamar de janeiro, período anterior à tragédia de Brumadinho.

"A indústria (paraense) já recuperou aquele patamar de perda. O patamar que ela tem agora em agosto é bem superior ao patamar que tinha em janeiro", confirmou André Macedo, gerente na Coordenação de Indústria do IBGE.

Na comparação de agosto de 2019 com agosto de 2018, a indústria do Pará cresceu 12,8%, enquanto São Paulo avançou 0,7%.

O parque industrial paulista registrou crescimento em sete das 18 atividades pesquisadas. O destaque mais uma vez foi a produção de alimentos - principalmente açúcar e sucos concentrados de laranja -, seguido por derivados de petróleo e máquinas e equipamentos. Por outro lado, a menor fabricação de veículos diminuiu a média local.

"A taxa (negativa) de veículos automotores joga no sentido contrário", apontou André Macedo. "Embora melhore em relação ao mês anterior - em julho você tem um número bem mais reduzido de atividades em crescimento, apenas três -, claro que é um sinal positivo, é indústria de transformação. Mas sempre com aquela ressalva de que é um crescimento que está muito concentrado", ponderou Macedo.

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