Trabalhadores carregam containers em porto no Estado de Santa Catarina (Paulo Prada/Reuters)
Fabiane Stefano
Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 15h46.
Última atualização em 14 de janeiro de 2021 às 16h10.
Choques nas cadeias de suprimentos agora atingem uma faixa mais ampla da economia global com o avanço da pandemia, o que ameaça sufocar a recuperação liderada pelo comércio da Ásia. Além disso, as altas taxas de frete tornam mais difícil para empresas resistirem a outro ano como 2020.
A falta de bens de consumo como papel toalha e equipamentos para home office no início da crise de covid-19 deu lugar à escassez de peças em um dos setores mais integrados globalmente: a fabricação de automóveis.
A Volkswagen teve de cortar planos de produção na maior fábrica de automóveis do mundo na Alemanha e alertou que as restrições de oferta podem se espalhar globalmente, enquanto a Honda Motor reduziu a produção em cinco fábricas da América do Norte enquanto tenta adquirir chips usados na fabricação de carros.
“Os gargalos do lado da oferta parecem ser mais pronunciados nos Estados Unidos e na Europa, onde os prazos de entrega estão desacelerando novamente”, disse Rob Subbaraman, responsável global por pesquisa macro da Nomura Holdings, em Cingapura. “Isso é negativo para a produção industrial no Ocidente e deve resultar em uma redução mais forte dos estoques e pressão de alta sobre os preços de produção.”
Para agravar os desequilíbrios industriais, há os problemas de transporte que assolam os setores de consumo e saúde, que ainda enfrentam a escassez de contêineres disponíveis para transportar componentes e produtos acabados com origem na China, Taiwan, Coreia do Sul e outras potências de exportação da Ásia.