Luciano Coutinho: para o presidente do BNDES, não há contradição entre subir a taxa de juros para manter a inflação sob controle e, por outro lado, reforçar a confiança empresarial (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2013 às 13h39.
São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse que o aumento do juro básico da economia (Selic) para 8,0% ao ano promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada, não vai influenciar as operações da instituição.
Isso porque, segundo ele, as taxas do BNDES estão fixadas até o fim deste ano. Coutinho participou, nesta segunda-feira, 3, da abertura da 14ª Feira Internacional de Máquinas, Ferramentas e Sistemas Integrados de Manufaturas (Feimafe) 2013, em São Paulo.
Na abertura do evento, o presidente do BNDES reforçou o compromisso do banco com o setor de máquinas e equipamentos. Esse compromisso, diz ele, é histórico e o banco tem, nos últimos tempos, buscado dialogar com os representantes do setor para torná-lo mais eficiente.
"A ideia é que a indústria não pode prescindir de máquinas e equipamentos", afirmou Coutinho, acrescentando que o BNDES está focado na busca da produtividade.
Em sua avaliação, o aumento dos juros básicos (Selic) terá efeito positivo na economia brasileira, porque removerá a incerteza com relação à inflação.
"A inflação não pode ameaçar a capacidade de compra da sociedade brasileira e o BC atuando de maneira firme, para conduzir as expectativas, em direção ao controle pleno da inflação, é um passo importante para confiarmos no nosso futuro e a confiança no futuro é essencial para o investimento dos empresários", disse.
Para ele, não há contradição entre subir a taxa de juros para manter a inflação sob controle e, por outro lado, reforçar a confiança empresarial.
Perguntado sobre como está avaliando a alta do dólar em relação ao real e eventuais repasses aos preços, Coutinho disse que isso vai depender de muitas circunstâncias, entre elas do momento do mercado internacional e da posição relativa das várias moedas do mundo. "Portanto, não podemos prever exatamente o impacto", disse.