Copom destaca ainda que, no momento, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de inflação (Arquivo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2014 às 13h38.
Brasília - O Banco Central (BC) avalia que há um “balanço de riscos para a inflação menos favorável” e, em consequência, decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) de 11% ao ano para 11,25%, contrariando as previsões da maioria dos analistas e investidores do mercado financeiro, que apostavam na manutenção da taxa.
A indicação está na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do BC (Copom) divulgada hoje (6). O Copom destaca ainda que, no momento, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de inflação.
Para o Copom, o fato de a inflação atualmente se encontrar em patamares elevados reflete, em parte, a ocorrência de dois importantes processos de ajustes de preços relativos na economia.
Um é o realinhamento dos preços domésticos em relação aos internacionais e o outro o realinhamento dos preços administrados (monitorados pelo governo como energia elétrica e gasolina) em relação aos livres.
De acordo com a ata, o comitê reconhece que esses ajustes de preços relativos têm impactos diretos sobre a inflação. Observa que é relevante a visão de que a política monetária pode e deve conter os efeitos de segunda ordem deles decorrentes.
As expectativas dos técnicos do BC é que a inflação ainda demora para convergir para o centro da meta (4,5%). Para 2015, a projeção de inflação, informou o Copom, aumentou no cenário de referência e diminuiu no cenário de mercado, nos dois casos permanecendo acima da meta de 4,5%.
Para os três primeiros trimestres de 2016, apesar de indicarem que a inflação entra em trajetória de convergência, tanto no cenário de referência quanto no de mercado, as projeções também apontam inflação acima da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).