Combustíveis: segundo Lucas Brendler, analista da corretora Geração Futura, o reajuste dos combustíveis ocorreu devido à queda nos preços de energia (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2013 às 15h29.
Rio de Janeiro - A alta da inflação acima das expectativas em janeiro deve dificultar novos reajustes dos combustíveis ao longo do ano, na avaliação de um analista.
"A janela de oportunidade para o reajuste (dos combustíveis) é a que se abriu com a queda nos preços de energia. Se mesmo com a redução nas tarifas o IPCA veio pressionado, é improvável um novo aumento (da gasolina e do diesel)", disse Lucas Brendler, analista da corretora Geração Futura.
Nesta quinta-feira o IBGE divulgou a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,86 por cento em janeiro, a maior variação mensal em quase 8 anos.
Uma alta na gasolina e no diesel, em vigor desde o dia 30 de janeiro, deverá ter impacto em fevereiro, mesmo mês em que a redução no preço da energia elétrica anunciada pelo governo terá maior efeito na inflação para compensar o aumento dos combustíveis.
Brendler disse que a preocupação do governo com o controle da inflação é maior do que as preocupações com o caixa da estatal Petrobras, que vem tendo prejuízo com a venda de combustíveis nos últimos dois anos no país.
A Petrobras importa os combustíveis a preços mais caros do que revende no mercado doméstico.
Cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie) feitos nesta quinta-feira mostram que a gasolina nas refinarias no Brasil é vendida com defasagem de 13,8 por cento ante os preços dos Estados Unidos, e o diesel tem preço 21,7 por cento inferior no país, mesmo após os reajustes dos preços feitos no fim de janeiro.
O Cbie leva em consideração no cálculo os valores da gasolina e diesel vendidos nas refinarias norte-americanas e o câmbio.
Na segunda-feira, a Petrobras divulgou o resultado financeiro de 2012, no qual reportou um prejuízo de 22,9 bilhões de reais no ano na divisão de Abastecimento, que engloba a compra e venda de combustíveis.
A estatal precisa de caixa para fazer frente ao seu programa de investimentos de 237 bilhões de dólares em cinco anos e explorar o pré-sal, e tem defendido uma paridade entre os preços dos combustíveis no mercado externo com o valor interno.
A ação preferencial da Petrobras tinha queda de 0,28 por cento às 13h45, enquanto as ações ordinárias tinham baixa de 0,98 por cento. O Ibovespa recuava 0,8 por cento no mesmo horário.