Alitalia: "O governo pediu à Alitalia que apresente plano industrial detalhado nas próximas semanas (Alessandro Bianchi/Reuters)
Reuters
Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 15h30.
Última atualização em 9 de janeiro de 2017 às 22h46.
Milão/Paris - A Alitalia e seus acionistas apresentaram nesta segunda-feira seu mais recente plano de negócios ao governo italiano, abrindo espaço para negociações com os sindicatos sobre cortes de até 2 mil vagas que pode decidir o futuro da companhia aérea.
O governo de centro-esquerda prometeu ajudar a empresa, mas pediu que a Alitalia concluísse um plano antes de iniciar quaisquer conversas sobre possíveis cortes, minimizando uma ameaça imediata de demissões.
"O governo pediu à Alitalia que apresente plano industrial detalhado nas próximas semanas, compartilhado por acionistas, bancos e instituições credoras", disse o Ministério de Indústria em comunicado após a reunião.
"Qualquer discussão sobre empregos acontecerá num segundo estágio, assim que os detalhes do plano industrial estiverem definidos junto com um projeto de longo prazo para relançar a companhia", acrescentou o documento.
Em 22 de dezembro, a empresa aprovou acordo de financiamento de curto prazo e uma nova estratégia, incluindo cortes de vagas, permitindo o início das negociações com os acionistas.
A aérea italiana teve conversas nesta segunda-feira com investidores, incluindo a Etihad, e foi representada pelo presidente James Hogan, também vice-presidente do conselho da Alitalia.
Sob o comando de Hogan, a estatal Etihad comprou 49 por cento na Alitalia em 2014, como parte de um plano para resgatar a companhia italiana, avaliado em 1,76 bilhão de euros.
A Etihad prometeu tornar a Alitalia lucrativa até 2017 por meio de cortes de despesas e tornando Roma um hub internacional ao adicionar mais conexões de longa distância.
Mas dois anos depois, a Alitalia perde pelo menos 500 mil euros por dia e pode seguir deficitária por mais dois ou três anos, segundo fontes.
Uma pessoa familiarizada com o plano informou que a Alitalia planeja cortar entre 1.600 e 2 mil empregos para reduzir despesas, especialmente nas operações domésticas e regionais.
Outra fonte a par do assunto se mostrou mais cautelosa, apontando cortes de cerca de 600 vagas. Qualquer que seja o total de demissões, espera-se forte oposição por parte dos sindicatos.
Antes da privatização, em 2008, o governo deu 4 bilhões de euros em dinheiro à Alitalia, sem demandar contrapartidas. Mas a atual controladora, a Etihad, quer mudanças, incluindo propostas para cortar funcionários e descontinuar rotas pouco lucrativas.
A Alitalia não estava imediatamente disponível para comentário.