Economia

Alimentos aceleram IGP-DI, mas alta é menor que prevista

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A inflação pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) acelerou menos que o esperado em novembro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira.,   O indicador teve variação positiva de 0,07 por cento em novembro, ante queda de 0,04 por cento em outubro. Analistas consultados pela Reuters previam […]

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2009 às 14h30.

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A inflação pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) acelerou menos que o esperado em novembro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira.,

O indicador teve variação positiva de 0,07 por cento em novembro, ante queda de 0,04 por cento em outubro. Analistas consultados pela Reuters previam elevação de 0,13 por cento, segundo a mediana de 13 estimativas que variaram de alta de 0,12 a 0,15 por cento.

De acordo com a FGV, os preços no varejo, sob forte peso dos alimentos in natura, foram a principal influência de alta no IGP-DI.

De outubro para novembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acelerou a alta de 0,01 para 0,26 por cento, com o grupo alimentação no varejo revertendo a queda de 0,95 por cento para alta de 0,27 por cento.

O segmento in natura passou de deflação de 2,71 por cento para inflação de 3,19 por cento. Os preços dos alimentos in natura refletiram o impacto de fortes chuvas nas áreas produtoras.

"O clima se tornou uma questão importante para a formação de preços", disse o economista da FGV Salomão Quadros. "A evolução do IGP se deve principalmente aos in natura que subiram rápido no varejo com a alta no atacado. Parece um fato isolado."

A estabilidade do núcleo da inflação no varejo há três meses (com taxas de 0,28, 0,27 e 0,26 por cento) é, na visão da FGV, uma demonstração de que se trata de um efeito sazonal dos produtos in natura.

No atacado, os preços dos itens in natura subiram 2,08 por cento, após terem caído 3,11 por cento em outubro.

Na visão de Quadros, o movimento do varejo também não deve influenciar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne nesta semana para discutir o rumo da Selic. A expectativa de analistas é de que a taxa permaneça em 8,75 por cento ao ano. "Não vejo pressão que justifique uma ação restritiva do Banco Central."

O Índice de Preços por Atacado (IPA) teve baixa de 0,04 por cento em novembro, ante queda de 0,08 por cento em outubro.

O IPA agrícola fechou o mês com alta de 0,06 por cento, ante declínio anterior de 0,25 por cento. O IPA industrial recuou 0,07 por cento, ante variação negativa anterior de 0,02 por cento.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,29 por cento, ante alta de 0,06 por cento em outubro.

ANO COM DEFLAÇÃO

De acordo com Quadros, há vários itens importantes no atacado em trajetória de desaceleração.

"Os produtos industrias até aprofundaram sua queda. Há quedas importantes em grupos de peso como carnes bovinas, manufaturados, defensivos e materiais de construção que apontam para baixo e compensam parte da aceleração", disse.

"A economia caminha mundialmente a passos lentos e essa recaída de preços me parece uma acomodação de commodities depois de muita especulação."

Ele prevê que o IGP-DI encerre 2009 mais próximo de queda de 1 por cento, que seria a menor variação anual da série histórica, iniciada em 1945. Segundo a FGV, a menor taxa registrada até hoje foi em 2005, de 1,22 por cento.

Até novembro, o índice acumula declínio de 1,32. Em 12 meses, a queda é de 1,76 por cento.

(Por Rodrigo Viga Gaier e Vanessa Stelzer)

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