Economia

Alemanha pode bloquear nova ajuda a gregos

País pode usar veto caso avalie que a Grécia não cumpriu as condições exigidas para a concessão de auxílio

Bandeiras da Grécia e da Alemanha (Thomas Peter/Reuters)

Bandeiras da Grécia e da Alemanha (Thomas Peter/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2012 às 10h02.

Berlim - A Alemanha deve bloquear auxílios financeiros adicionais para a Grécia a menos que o país cumpra as condições estabelecidas em pacotes de ajuda anteriores, disse Michael Fuchs, vice-presidente da coalização de governo da Alemanha, composta pelos partidos CDU e CSU, ao jornal alemão Handelsblatt. A entrevista, que teve apenas um trecho liberado, deve ser publicada na segunda-feira.

Segundo ele, a Alemanha "fará uso de seu poder de veto" no Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês), caso avalie que a Grécia não cumpriu as condições exigidas para a concessão de auxílio. "Mesmo se o copo estiver meio cheio, isso não é o suficiente para um novo pacote de ajuda financeira", alertou o político, acrescentando que a Alemanha "atingiu os limites de sua força". Fuchs disse ainda esperar que "o governo grego saberá o que fazer se não estiver em condições de atender às exigências de reestruturação".

Ele também se posicionou contra o Banco Central Europeu (BCE) se tornar uma "casa da moeda dissimulada" para os países da zona do euro que enfrentam dificuldades. Se a Grécia não cumprir promessas de reforma, o BCE não deve "abrir oportunidades para passar por cima disso e oferecer recursos que a Grécia não receberia de fundos como o EFSF ou o Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM, na sigla em inglês)", acrescentou.

O presidente do BCE, Mario Draghi, disse este mês que o BCE pode, em breve, comprar títulos de governos novamente, em uma escala "adequada" para ajudar a eliminar "os prêmios de risco excepcionalmente elevados" refletidos em alguns preços de bônus. Ele salientou, no entanto, que as novas aquisições seriam apenas de países que buscam o apoio de fundos de resgate da zona do euro e implementam medidas de cortes de gastos públicos.

Para Fuchs, o BCE está "trilhando uma linha muito tênue" com suas decisões políticas e criando "novos problemas". As informações são da Dow Jones.

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