Trump: a Alemanha é um dos maiores exportadores do mundo, obtendo quase metade de seu PIB por meio de bens vendidos para o exterior (Shannon Stapleton/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 15h45.
Berlim - A Alemanha não pode ceder a ameaças e intimidações protecionistas do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e para tanto deveria resistir, disse um aliado conservador da chanceler alemã, Angela Merkel, nesta terça-feira.
Trump fez um alerta a montadoras alemãs que irá impor uma tarifa de importação de 35 por cento sobre carros que entrarem no mercado norte-americano, em uma entrevista publicada na segunda-feira pelo jornal alemã Bild.
Norbert Roettgen, chefe da comissão de relações exteriores do Parlamento alemão, disse que a Alemanha precisa se manter firme a seus valores.
O país é um dos maiores exportadores do mundo, obtendo quase metade de seu Produto Interno Bruto por meio de bens vendidos para o exterior.
"A coisa certa a se fazer é não ceder a intimidações e ameaças", disse Roettgen a um pequeno grupo de correspondentes estrangeiros em Berlim quando perguntado sobre a prontidão da indústria alemã para enfrentar Trump.
"Se você entrar nesse caminho se tornará alvo de ameaças e intimidação", disse Roettgen, um dos líderes da União Democrata-Cristã, de Merkel.
"E não acho que isso faça sentido nem para a Alemanha como um todo nem para as empresas individualmente".
Um executivo da BMW disse na segunda-feira que a montadora vai manter seus planos de abrir uma fábrica no México em 2019, apesar da ameaça de Trump de taxar veículos produzidos nos EUA que têm os Estados Unidos como destino.
Também na segunda-feira, a própria Merkel disse a líderes industriais que irá permanecer comprometida com o livre comércio, em uma resposta indireta aos comentários de Trump sobre as tarifas de importação sobre carros.
Os Estados Unidos são o principal parceiro comercial da Alemanha.