Economia

Alemanha descarta se afastar de objetivo orçamentário

Ministro das Finanças alemão considerou que seria loucura colocar em risco o saneamento das finanças públicas com políticas de estímulo

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble: "não há muito o que ganhar" (Mandel Ngan/AFP)

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble: "não há muito o que ganhar" (Mandel Ngan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2014 às 11h25.

Washington - O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, considerou na noite de quinta-feira que seria loucura colocar em risco o saneamento das finanças públicas com políticas de estímulo que, de qualquer forma, não forneceriam grande coisa.

"Estaríamos loucos se colocássemos em perigo" a confiança que inspira nos mercados a disciplina orçamentária alemã, declarou à imprensa em Washington.

"De qualquer forma, não há muito o que ganhar" em termos de crescimento com um aumento do gasto público, acrescentou o ministro conservador.

Os apelos se tornam cada vez mais frequentes no cenário internacional, mas também na Alemanha, para que a primeira economia europeia invista mais para estimular sua economia.

Mas Berlim segue agarrada ao seu objetivo de conseguir o equilíbrio do orçamento federal em 2015, coisa que não ocorre desde 1969.

Os principais institutos de conjuntura alemães denunciaram na quinta-feira que isso era "um objetivo de prestígio" que "não tem nenhum sentido econômico".

Schaüble reconheceu que seu país precisa de investimentos, mas se nega que eles sejam financiados com dívida pública.

O presidente do Banco Central alemão, Jens Weidmann, que participava da coletiva de imprensa, considerou que os investimentos públicos alemães podem aumentar, mas alertou contra a tentação de abandonar o objetivo de equilíbrio orçamentário.

Também se mostrou cético sobre a possibilidade de que investimentos na Alemanha influenciem positivamente o resto da Eurozona, onde o crescimento está estancado.

Schaüble e Weidmann participam da reunião de outono do Fundo Monetário Internacional e de um encontro dos ministros das Finanças do G20.

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