Economia

Alemanha aposta em diálogo sobre acordos comerciais com EUA

Merkel se mostrou preocupada com a tarifação americana, mas ressaltou estar aberta ao diálogo com os EUA

Ministério de Economia alemão: 4,4% das exportações alemãs de aço tem os EUA como destino (Michael Kappeler/Reuters)

Ministério de Economia alemão: 4,4% das exportações alemãs de aço tem os EUA como destino (Michael Kappeler/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de março de 2018 às 13h30.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu nesta sexta-feira o diálogo com os Estados Unidos após a decisão do presidente Donald Trump de impor tarifas à importação de aço e alumínio e não quis falar de uma guerra comercial, convencida de que a aprovação de novos impostos alfandegários prejudicaria a todos.

"Ninguém ganharia", afirmou Merkel em entrevista coletiva, na qual também mostrou preocupação pela decisão do presidente dos EUA e reiterou a aposta alemã pelo multilateralismo.

Nesse contexto, Merkel ressaltou seu total apoio à Comissão Europeia para que se dirija à Organização Mundial de Comércio (OMC) e busque o diálogo com as autoridades americanas e com outros países, como a China.

Após lembrar que há um regime de tarifas negociado no marco da OMC e que a Alemanha trabalhou sempre em favor de um tratado de livre-comércio com os EUA e da eliminação de barreiras, a chanceler garantiu que esse deve ser o objetivo e confiou nas gestões da Comissão, que é responsável pela política comercial.

A chanceler não quis comentar as medidas tarifárias cogitadas pela União Europeia (UE) para responder a Washington, ao insistir que a primeira coisa a se fazer é falar com os EUA, e rejeitou usar "palavras marciais", quando foi questionada pela possibilidade de uma guerra comercial.

"Isto não ajuda", comentou Merkel para insistir que a imposição de novas tarifas não teria apenas repercussão na economia alemã, mas prejudicaria a todos.

Pouco antes, o vice-porta-voz da Chancelaria, Georg Streiter, tinha mostrado a rejeição do governo a uma medida "ilegal" e adotada de forma unilateral que, na sua opinião, não tem nada a ver com a segurança nacional, o argumento utilizado por Trump, mas com a economia.

Uma porta-voz do Ministério da Economia, Annika Einhorn, insistiu que o objetivo é pactuar uma resposta "clara" com a Comissão e os sócios europeus, mas não abrir uma guerra comercial.

O Executivo alemão defende que se estude o problema da superprodução de aço nos fóruns multilaterais existentes, convencido de que as medidas unilaterais prejudicam os consumidores, o comércio internacional e abrem as portas para uma escalada de novas medidas protecionistas.

Segundo os dados oferecidos pelo Ministério de Economia alemão, 4% das importações de aço nos EUA procedem da Alemanha e 4,4% das exportações alemãs do produto tem os EUA como destino.

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