Economia

Alckmin defende internacionalização para geração de empregos

O governador de São Paulo destacou a importância da busca de mercados e de não cair no protecionismo

Alckmin: "Não podemos nos isolar. É importante avançar no entendimento com a Aliança do Pacífico (integrada por México, Colômbia, Peru e Chile), com a UE e com outros países" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Alckmin: "Não podemos nos isolar. É importante avançar no entendimento com a Aliança do Pacífico (integrada por México, Colômbia, Peru e Chile), com a UE e com outros países" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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EFE

Publicado em 7 de abril de 2017 às 21h39.

Última atualização em 7 de abril de 2017 às 22h11.

Buenos Aires - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira, em Buenos Aires, que a integração regional e a busca de "mais acordos comerciais" são fundamentais para que tanto o Brasil como o Mercosul consigam gerar novos empregos, mas até agora foram "pouco expressivas".

"Não podemos nos isolar. É importante avançar no entendimento com a Aliança do Pacífico (integrada por México, Colômbia, Peru e Chile), com a União Europeia (UE) e com outros países", defendeu Alckmin em entrevista à Agência Efe na Embaixada do Brasil na capital da Argentina.

O governador destacou a importância da busca de mercados e de não cair no protecionismo, já que, "em um mundo globalizado e de tecnologia muito rápida", não pode se isolar quem quer lutar contra o desaparecimento dos empregos convencionais.

"A tecnologia desemprega. A agricultura mecaniza, a indústria robotiza (...). A tendência é ter menos gente", ressaltou.

Para o governador, a melhor via para melhorar a situação do Mercosul como bloco e de seus integrantes é encontrar novos mercados e adquirir políticas conjuntas desideologizadas, focadas no "comércio, no emprego e no desenvolvimento". Nesta linha, ele destacou que o desenvolvimento é essencial para combater a recessão dos países membros, alegando que "o governo não gera riqueza".

"Quem a cria são os empreendedores, são os que inovam, trabalham, arriscam", afirmou.

"E por isso os governos devem criar um ambiente propício ao empreendimento, reduzir despesas, buscar acordos e incentivar a atividade econômica em benefício da população".

Geraldo Alckmin chegou hoje a Buenos Aires por ocasião do encerramento do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, que em dois dias reuniu pouco mais de mil líderes mundiais e analistas para debater os problemas da região com um olhar integral e apresentar soluções em um contexto de estagnação econômica após o fim do superciclo dos preços das matérias-primas.

São Paulo é a cidade que vai receber a próxima edição deste evento, considerado por Alckmin como "importantíssimo" e que focou "no emprego, que é o grande desafio do mundo moderno, e na educação em um tempo de mudança e de velocidade da mudança" que requerem "debates destas grandes questões que são de interesse da América Latina".

O governador destacou o papel das empresas para combater a recessão econômica e não só melhorar a situação interna, como beneficiar países vizinhos.

"O Brasil, crescendo, ajuda a Argentina e os países do Mercosul. E a Argentina, também crescendo, ajuda o Brasil e todos os países do Mercosul", ressaltou, como exemplo.

Alckmin reiterou que o internacionalismo é algo positivo e necessário para o desenvolvimento do Brasil, e que só poderá ser alcançado quando forem realizadas várias reformas no país, como trabalhista, de previdência social e tributária, entre outras.

As políticas aplicadas pelo presidente Michel Temer poucos meses depois do julgamento político que levou ao impeachment de sua antecessora, Dilma Rousseff, são, segundo Alckmin, um caminho "difícil", mas o governador afirmou que "as medidas que o presidente está tomando são corretas" para conseguir superar a "crise fiscal" e a corrupção.

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