Agência de notícias
Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 13h19.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro da Indústria e Comércio Exterior, disse nesta quarta-feira que o Brasil está aberto ao diálogo com os Estados Unidos após o presidente americano, Donald Trump, aplicar tarifas de 25% sobre importações de aço.
Alckmin disse que o sistema de cotas, que permite compra de determinado volume, é um bom caminho.
"Nós estamos abertos ao diálogo. As cotas são um bom caminho. É um mecanismo inteligente. Se você aumenta o imposto do aço para os EUA, tem um efeito na cadeia. Tem várias alternativas, uma dela é o estabelecimento de cotas".
Integrantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que há uma brecha para negociar com os Estados Unidos a adoção de cotas ou exceções às sobretaxas de 25% sobre aço e alumínio impostas pelo presidente Donald Trump. Elas devem entrar em vigor em 12 de março. No primeiro mandato de Trump os dois países acabaram fechando um acordo, e a avaliação de especialistas é que o republicano está repetindo a tática de ameaçar para obter concessões.
Com essa avaliação, o governo vem adotando um tom de cautela, que contrastou com a promessa recente do presidente Lula de agir com “reciprocidade” caso Trump passasse da ameaça à ação.
"Não foi contra o Brasil. A alíquota imposta foi para o mundo inteiro, não foi discriminatória. Os EUA são um importante parceiro comercial do Brasil, não é o maior, o maior é a China. Mas é o maior investidor no Brasil, temos tradição de 200 anos de relação diplomática com os EUA e vamos continuar".
Questionado se a reciprocidade foi descartada, Alckmin disse que sempre é bom buscar um ganha-ganha.
"Precisamos ter cautela nisso. A outra é diálogo. Comércio exterior é ganha-ganha. Quero destacar que primeiro balança comercial e bens entre Brasil e EUAé equilibrado; US$ 40 bilhões exportamos para os EUA, US$ 40 bilhões eles exportam para a gente".
Alckmin repetiu que os EUA têm superávit comercial com o Brasil e afirmou que a tarifa brasileira de importação é baixa.
"Nossa tarifa final, nossa taxa final de importação é baixa, de 2,7%. O caminho então é diálogo. O aumento da alíquota já aconteceu anteriormente e foi estabelecido cota, então vamos buscar um bom entendimento. Não tem guerra tributária".