Geraldo Alckmin: vice-presidente pede fim da tarifa extra de 40% sobre o café (EVARISTO SA / AFP)
Redação Exame
Publicado em 15 de novembro de 2025 às 12h53.
Última atualização em 15 de novembro de 2025 às 13h26.
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou, neste sábado, 15, que a decisão do governo Donald Trump de cortar a tarifa-base de 10% sobre produtos como o café é um avanço, mas ainda insuficiente.
O Brasil segue pressionando os Estados Unidos pela retirada da sobretaxa adicional de 40% que segue incidindo sobre as exportações brasileiras.
“Estamos otimistas, foi dado um passo importante. Acho que outros passos serão dados e na direção correta”, disse Alckmin, após reunião no Palácio do Planalto em que compartilhou a fala sobre as tarifas dos EUA, em conversa com jornalistas.
Segundo ele, uma conversa entre os presidentes Lula e Trump na Malásia e uma reunião recente entre os chanceleres Mauro Vieira e Marco Rubio sinalizam que as negociações avançam.
Mesmo com a redução da tarifa-base pelos EUA, o café brasileiro segue com desvantagem competitiva em relação a países como o Vietnã, que teve suas tarifas zeradas.
“Há uma distorção que precisa ser corrigida”, disse Alckmin. “No caso do Brasil, tinha 50%, ficou com 40%, que é muito alto”, explicou, comparando ao corte de 20% concedido aos vietnamitas.
Além do café, a medida anunciada por Trump também beneficia outros produtos brasileiros, como carnes, frutas tropicais (manga, goiaba, abacaxi, banana, açaí) e suco de laranja.
Alckmin destacou que o suco de laranja teve sua tarifa reduzida a zero pelos EUA, o que representa um impacto direto sobre o comércio bilateral. “Suco de laranja foi para zero. Isso representa R$ 1,2 bilhão de dólares na exportação para os Estados Unidos”, afirmou.
O governo brasileiro agora aguarda os próximos desdobramentos nas conversas diplomáticas. A expectativa, segundo o vice-presidente, é que novos anúncios possam ocorrer até o fim do ano.