Alckmin desconversou ainda sobre uma eventual candidatura em São Paulo (Leandro Fonseca/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 24 de março de 2025 às 10h40.
Última atualização em 24 de março de 2025 às 10h51.
Após a vitória de Lula (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) a partir de uma "frente ampla pela democracia", a economia deve ser o assunto preponderante das eleições presidenciais de 2026, na opinião do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB). O político participou de evento "Rumos 2025", organizado pelo jornal Valor Econômico no Hotel Rosewood, em São Paulo, nesta segunda-feira, 24.
Alckmin desconversou ainda sobre uma eventual candidatura em São Paulo, seja para o governo do estado, seja para o Senado.
"Na eleição municipal é muito importante a manutenção da cidade, com asfalto, buraco, iluminação, creche e posto médico, e no estado é segurança pública, infraestrutura e rede hospitalar. A disputa pelo governo federal passa pela economia, que sempre tem um papel preponderante. Acho que avançamos", disse Alckmin, que ocupa o cargo de presidente até o retorno de Lula de viagem a Japão e Vietnã.
Apesar disso, ele não descarta que a trama golpista, que teria sido liderada por Bolsonaro, segundo investigação da Polícia Federal e denúncia do Ministério Público, esteja no centro do debate público no pleito do ano que vem. O Supremo Tribunal Federal (STF) decide a partir desta terça se o ex-presidente se tornará réu na Justiça.
"Perdendo a eleição houve tentativa de golpe, então imagina se tivesse ganho. A população brasileira, através do voto, salvou a democracia".
Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, citou a aprovação da reforma tributária e o resultado do produto interno bruto (PIB) para alegar que o resultado do governo na área teria sido "muito positivo". Reconheceu, por outro lado, que a inflação dos alimentos, uma "questão transitória", segundo ele, tem preocupado o governo.
Para combater o problema, o político defendeu zerar o ICMS da cesta básica pelos estados, assunto que tem sido motivo de controvérsia com os governadores, interessados em uma compensação federal pela medida.
O ministro evitou responder sobre a política de segurança pública do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), possível adversário tanto no estado quanto para presidente da República em 2026. Ao ser perguntado do assunto, restringiu-se a mencionar dados que mostram a redução do índice de assassinatos desde 2001, antes do seu primeiro mandato no Palácio dos Bandeirantes.
Ele também elogiou a decisão do STF de expandir as competências das guardas municipais, que abriu a possibilidade de fazer policiamento ostensivo, em um aceno a prefeitos, sobretudo das grandes cidades que apostam na bandeira do endurecimento contra o crime.
"Estou muito feliz no que estou fazendo", desconversou Alckmin sobre os seus planos para 2026. "Há dois ansiosos na vida, os políticos e os jornalistas. Vamos aguardar".