Economia

AL recebe investimento estrangeiro direto recorde em 2011

Em 2010, América Latina recebeu 120,880 bilhões de dólares, contra 81,589 bilhões em 2009

A apresentação dos dados foi feita nesta quinta-feira em Santiago, sede do organismo dependente das Nações Unidas (vanderlei almeida/AFP)

A apresentação dos dados foi feita nesta quinta-feira em Santiago, sede do organismo dependente das Nações Unidas (vanderlei almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2012 às 15h42.

Santiago - A América Latina recebeu em 2011 uma cifra recorde de Investimento Estrangeiro Direto (IED), de 153 bilhões de dólares, o que representa 10% do fluxo mundial no período, informou nesta quinta-feira a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal).

A apresentação dos dados foi feita nesta quinta-feira em Santiago, sede do organismo dependente das Nações Unidas.

Em 2010, América Latina recebeu 120,880 bilhões de dólares, contra 81,589 bilhões em 2009.

A máxima histórica anterior foi de 2008, quando os ingressos totalizaram 137,001 bilhões de dólares.

"Trata-se de um montante histórico, que poderá ser superado este ano", informou a Cepal.

O país que mais recebeu investimentos foi o Brasil, com 66,660 bilhões de dólares, equivalentes a 43,8% do total, seguido por México, com 19,440 bilhões; Chile, com 17,299 bilhões, e Colômbia, com 13,234 bilhões.

O Peru recebeu 7,659 bilhões de dólares, a Argentina 7,243 bilhões, a Venezuela 5,302 bilhões de dólares e o Uruguai 2,528 bilhões.

No caso de Brasil, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai as cifras constituem recordes históricos.

Na América Central, a renda do IED aumentou 36% com relação a 2010, com destaque para os montantes recebidos por Panamá (2,790 bilhões de dólares), Costa Rica (2,104 bilhões) e Honduras (1,014 bilhões). No Caribe, as entradas subiram 20% em comparação com o ano anterior, liderado por República Dominicana, com 2,371 bilhões de dólares.

Segundo o Banco Mundial (BM), os fluxos de investimentos financeiros na América Latina dispararam no início de 2012 e a região deverá se acostumar a crescer com equilíbrio em um ambiente de volatilidade mundial.

De acordo com as previsões do BM, América Latina e Caribe crescerão entre 3,5% e 4% em 2012, conforme dados divulgados pelo relatório apresentado em abril pelo economista-chefe para a região, Augusto de la Torre.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou esse crescimento em 3,7% em suas previsões de abril, com um ligeiro aumento em relação aos 3,6% de janeiro.

A crise da dívida europeia está impactando indiretamente a região, que mantém em linhas gerais um bom rumo macroeconômico, com garantias prudentes, mas a percepção nos mercados varia enormemente em função do que acontece do outro lado do Atlântico.

"Os fluxos de capital para a região dispararam nos primeiros meses de 2012. Os investimentos de fundos mútuos nos sete maiores países da América Latina e Caribe, que caíram abruptamente durante a segunda metade de 2011, aumentaram oito vezes em janeiro e fevereiro de 2012, em comparação com a média mensal do começo do ano passado", explicou o texto.

Apesar do relatório não citar cifras exatas para essa comparação, de la Torre calculou que, mensalmente, estão entrando na região entre 5 e 6 bilhões de dólares em investimentos puramente financeiros.

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