Economia

Ajuste é quase unanimidade entre produtores, diz Levy

O ministro da Fazenda disse que o ajuste fiscal é "quase uma unanimidade" entre as classes produtoras, após almoço com empresários


	Joaquim Levy: "a conversa com os empresários foi muito boa pois é o caminho para se chegar"
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

Joaquim Levy: "a conversa com os empresários foi muito boa pois é o caminho para se chegar" (REUTERS/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 17h19.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira, 16, que o ajuste fiscal é "quase uma unanimidade" entre as classes produtoras, depois de participar de almoço com um grupo de cerca de 15 empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Entre os executivos presentes estavam o presidente da federação, Paulo Skaf, e os empresários Jorge Gerdau, Abílio Diniz e Benjamin Steinbruch.

"A conversa com os empresários foi muito boa pois é o caminho para se chegar. A Fiesp tem um papel muito importante tanto para apoiar o governo como para trazer sugestões", avaliou Levy.

Após o encontro, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, confirmou a jornalistas a declaração de Levy, de que o ajuste fiscal é quase uma unanimidade entre as classes produtivas. "É verdade, o ajuste fiscal é quase uma unanimidade. O que não é uma unanimidade é a forma de se fazer o ajuste fiscal."

"Na visão nossa, o ajuste fiscal você pode fazer ou aumentando receitas ou reduzindo despesas. E é esse o ponto em que nós divergimos, porque nós queremos que se faça o ajuste fiscal no sentido da redução das despesas do governo e não de aumento de receita", disse o presidente da Fiesp.

Para o presidente da Fiesp, como não há crescimento, aumentar a receita significa aumentar impostos. Skaf disse ainda temer que o novo PIS/Cofins traga mais aumentos de impostos. Ele criticou a retirada da desoneração sobre a folha de pagamentos e lembrou que, na época em que o governo a aprovou, foi colocado um imposto sobre o faturamento. "A partir do momento que o governo pretende subir o imposto que hoje é de 1% sobre o faturamento para 2,5% e os 2% atuais para 4,5%, isso significa aumento de carga tributária", disse o presidente da Fiesp.

De acordo com ele, não houve favor nenhum, em momento nenhum do governo, em reduzir impostos. "No Brasil se paga muito imposto. Se paga quase 37% do PIB. No ano passado, os governos, não só o federal, arrecadaram R$ 1,8 trilhão em impostos. É muita coisa. E se aumentar imposto fosse a solução, o Brasil seria um país perfeito, porque há 60 anos a carga tributária era de 10% do PIB, há 20 anos era de 25% e hoje é 37% do PIB, ironizou Skaf.

Skaf disse a jornalistas que teria dito ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que a indústria está saturada de pagar impostos.

"Coloquei para o ministro que já estamos saturados de pagar impostos. Imagine que a indústria representa 13% do PIB e paga 33% dos impostos recolhidos. A cada R$ 3,00 que se arrecada de impostos, R$ 1,00 é da indústria, então não tem jeito", disse ao acrescentar que não é só a indústria que arca com uma pesada carga tributária.

"Além da indústria, o comércio, a agricultura também já pagam muito imposto. Ninguém quer pagar mais impostos. O que as pessoas esperam é um trabalho, uma gestão pública adequada, eficiente e menos despesas, eliminar corrupção", disse Skaf.

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