Economia

Ajuda a distribuidoras tem impacto de 19,1% nas tarifas

Total de ajuda para as elétricas em 2014 poderá chegar a R$ 19,1 bilhões


	Cabos de transmissão de energia elétrica próximos a usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Cabos de transmissão de energia elétrica próximos a usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2014 às 19h19.

Brasília - Com o pedido de socorro das distribuidoras de energia por mais R$ 7,9 bilhões, para não sucumbir ao rombo energético previsto até o fim do ano, o total de ajuda para as elétricas em 2014 poderá chegar a R$ 19,1 bilhões.

Isso porque o segmento já torrou um empréstimo de R$ 11,2 bilhões para pagar despesas de fevereiro, março e parte de abril.

Desta forma, a fatura de 2014 para os consumidores nos próximos anos chegará a 19,1%, já que cada bilhão despejado no setor representa 1 ponto porcentual de aumento nas tarifas.

"Mas isso fatalmente será diluído em mais de um reajuste anual. Se for em dois anos, o impacto é de 9,5% por ano. Mas se for em três anos, esse peso já cai para 6,3% em cada período. Um novo empréstimo para o setor pode ser negociado em um número de parcelas maior, aumentando também o prazo para que o repasse nas contas de luz seja efetivado", avaliou o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite.

Apesar da conta salgada de 2014, o executivo garantiu que os problemas do setor não voltarão a se repetir em 2015, evitando novos custos para os consumidores nos anos seguintes.

"No ano que vem temos a entrada de cotas de energia de concessões que vencem em 2015, zerando a exposição das distribuidoras ao mercado à vista de energia e dando viés de baixa para as tarifas. A exposição foi uma condição atípica de 2014, que não irá se repetir", afirmou Leite.

Clima

Para ele, o que continuará trazendo volatilidade para o setor é a questão hidrológica, da falta de chuvas, que obriga o despacho de usinas térmicas.

"Mas já há uma solução desenhada para isso: o regime de bandeiras tarifárias, que o governo adiou para o próximo ano. Se as bandeiras já estivessem valendo este ano, teríamos uma renda mensal adicional de quase R$ 900 milhões por mês, que é justamente a necessidade de recursos que teremos até o fim deste ano", completou.

Pelo regime de bandeiras tarifárias, os consumidores pagarão automaticamente em suas contas de luz um valor adicional sempre que a eletricidade ficar mais cara no País.

Com isso, as empresas de distribuição não precisarão mais acumular essa despesa com a aquisição de energia térmica até o reajuste subsequente, quando o gasto é repassado para as faturas.

De acordo com Leite, o rombo do setor ficou especialmente caro em 2014 porque a onda de calor que atingiu boa parte do País no começo do ano levou a população a utilizar mais os aparelhos de ar condicionado.

"No período em que as temperaturas são mais elevadas, há um consumo maior tanto no segmento residencial como no comercial. Só no Rio de Janeiro, a carga de janeiro deste ano foi 22% maior que a registrada em janeiro do ano passado. A falta de chuva e o calor são perversos dos dois lados: diminuem a oferta de energia pelas hidrelétricas e aumentam o consumo", explicou o executivo.

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