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Da Redação
Publicado em 1 de março de 2010 às 14h36.
TÓQUIO (Reuters) - Existe mais risco de queda na demanda de petróleo do que de alta, afirmou o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia nesta sexta-feira, já que o fortalecimento da recuperação econômica global permanece em dúvida e os programas de gastos governamentais esmorecem.
"Em termos de demanda por petróleo, é mais a possibilidade de queda", disse Nobuo Tanaka, diretor-executivo do órgão que aconselha 28 países industrializados sobre suas políticas energéticas.
Mas Tanaka alertou que, com vários fatores de risco altistas no mercado de petróleo, como os climáticos e os geopolíticos, fica difícil estimar a demanda.
Ele também disse não ter certeza se a agência vai revisar sua estimativa mensal da demanda em março.
Neste mês a AIE revisou para cima sua estimativa para o crescimento da demanda para 2010 em 120 mil barris por dia (bpd), para 1,6 milhão de bpd, devido ao crescimento em países como a China e a Índia mesmo em meio a sinais de que a demanda melhorou em países desenvolvidos.
A forte recuperação da demanda segue-se a dois anos de queda de consumo, quando o mundo enfrentou a mais forte crise financeira desde a década de 1930 e os governos usaram amplos pacotes de estímulos para reavivar as economias.
Mas o fim dessas políticas, o risco de piora da inflação e o aperto da política fiscal ameaçam uma recuperação modesta da demanda por petróleo em 2010.
A China, segundo maior consumidor mundial, queimou mais combustível mesmo com a queda da demanda global, mas agitou os mercados globais recentemente com medidas que apontam na direção de apertos fiscais que podem desacelerar tanto sua economia como a demanda por petróleo.
"O governo chinês está claramente comprometido em continuar com o estímulo, mas qual será a força e quais setores, e o que isso significa para o petróleo, nós não sabemos", disse Tanaka.
Mas em meio a essas incertezas econômicas, também existem fatores de suporte para o mercado de petróleo.
Preocupações de que uma disputa entre o Ocidente e o Irã, segundo maior produtor da Opep, devido ao programa nuclear iraniano, podem levar a uma interrupção da oferta também afetaram o mercado.