Posto de combustíveil: o consumo de biocombustíveis no Brasil está estagnado desde 2010 (Marcos Santos/USP Imagens/Agência USP)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2014 às 10h18.
São Paulo - O consumo de biocombustíveis no Brasil deverá crescer no médio e longo prazos, graças a políticas do governo e ao aumento no número de carros flex no país, segundo relatório anual divulgado nesta quarta-feira, 12, pela Agência Internacional de Energia (AIE).
A agência prevê que o consumo brasileiro de biocombustíveis avançará de 300 mil barris de óleo equivalente (BOE) por dia em 2012 para 500 mil BOE/dia em 2020 e alcançará 800 mil BOE/dia em 2040.
No documento, a AIE nota, porém, que o consumo de biocombustíveis no Brasil está estagnado desde 2010, devido à diminuição da demanda por etanol hidratado.
"A falta de reajuste nos preços da gasolina reduziu a competitividade do etanol hidratado, que representava mais de dois terços do consumo de etanol em 2010, mas apenas um pouco mais da metade em 2012", diz a AIE.
"Isso resultou na diminuição da adição obrigatória do etanol (à gasolina), diminuindo o consumo de etanol anidro."
Para a AIE, que tem sede em Paris, o consumo global de biocombustíveis continuará concentrado nos Estados Unidos, União Europeia e Brasil, mas a participação dessas localidades no resultado mundial deverá cair significativamente, de quase 90% em 2012 para 70% em 2040.
A previsão se deve basicamente ao aumento do consumo de biocombustíveis previsto na China e em outros países asiáticos.
A AIE também calcula que a demanda global por bionergia chegará a 2 bilhões de toneladas de óleo equivalente em 2040, ante 1,344 bilhão de toneladas em 2012.