Economia

Agronegócio deve movimentar R$ 2,3 bi em maior feira brasileira do setor

A meta pode superar em 5% a 8% o valor de 2017, que foi de R$ 2,2 bilhões

 (valio84sl/Thinkstock)

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EFE

Publicado em 30 de abril de 2018 às 22h51.

Ribeirão Preto - Considerada o maior evento agropecuário da América Latina, a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, conhecida como Agrishow, começou nesta segunda-feira em Ribeirão Preto (SP) com expectativa de chegar a R$ 2,3 bilhões em novos negócios, segundo os organizadores.

A meta pode superar em 5% a 8% o valor de 2017, que foi de R$ 2,2 bilhões. Segundo o presidente da feira, Francisco Maturro, há uma "recuperação da economia brasileira", e não se pensa mais em "crise".

Maturro, que destacou o papel do agronegócio como motor do país, chamou a atenção para as novas possibilidades de negócios nacionais e internacionais na feira.

"O Brasil é o cinturão agrícola tropical do globo, e nesse país se faz cultura o ano inteiro, pois aqui tem ciclo de chuva definido, é quente, não neva e nós aprendemos com ciência e tecnologia a dominar os trópicos e fazer produção", afirmou o presidente à Efe.

China, Itália, Nigéria, Costa do Marfim são alguns dos 70 países que participam dos cinco dias da Agrishow, que terá 800 expositores e deve atrair 150 mil visitantes.

"Na feira, se fecha a programação do ano dos negócios das multinacionais, que trazem clientes de muitas delegações para o Brasil, e do movimento global da feira a gente exporta cerca de 50%, entre eles Estados Unidos e União Europeia", ressaltou Maturro sobre a internacionalização do evento.

Questionado sobre o novo Plano Safra, que deve ser implementado em julho, Maturro foi contundente em considerá-lo positivo para as negociações dos agricultores e em afirmar que ele não atrapalha o fechamento de negócios da feira, porque nesse momento o produtor "tem dinheiro, câmbio positivo e taxas de bancos favoráveis".

Seis bancos patrocinam e participam da feira neste ano, com a proposta de discutir crédito rural para tentar viabilizar crescimento da produção para 2018, o que segundo a organização é um desafio do setor, já que a taxa de juros elevada é a principal reclamação dos agricultores.

O Santander Brasil anunciou o valor de R$ 1 bilhão em crédito pré-aprovado para a Agrishow e, pelo segundo ano executivo, isentará os clientes da comissão, taxa de mercado que incide sobre o valor total da compra, o que significa uma economia de 2,5% a 10% na compra de equipamentos agrícolas, segundo o Superintendente Executivo de Agronegócio do banco, Paulo Bertolane.

Consórcio agrícola e linhas de crédito de curto e longo prazo também foram soluções apresentadas pela organização que pretende consolidar negócios, especialmente entre os pequenos e médios produtores, com a perspectiva de alcançar o índice de 10% da carteira de crédito nacional até 2019.

"A Agrishow não é um negócio pontual, é uma oportunidade de conversão. Estamos financiando o produtor e o banco tem que abraçar a economia do país, assumir riscos para trabalhar em qualquer condição (da economia nacional)", enfatizou Bertolane durante entrevista coletiva no primeiro dia da feira.

Já o Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil) anunciou que espera abrir cerca de R$ 250 milhões em linhas de financiamento até o fim do evento, na sexta-feira (4).

Alguns lançamentos tecnológicos também chamam a atenção dos participantes, como drones de pulverização, helicópteros e aeronaves sob medida ao transporte de cargas, máquinas agrícolas com sensores, satélites de monitoramento de lavouras e máquinas que funcionam como telescópios.

A Agrishow deste ano não contou com a presença do presidente Michel Temer, que cancelou a participação no último domingo. Em seu lugar, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia falou na abertura da feira sobre a retomada econômica do país, mas quem mais atraiu olhares do público foi o pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro, que visitou alguns estandes.

Bolsonaro, que disse não ter elaborado propostas específicas para o setor, informou que será preciso "desburocratizar" e "criminalizar ocupações do Movimento Sem Terra (MST)" para oferecer segurança no campo. EFE

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