Economia

Agricultura definirá ambição de acordo global, diz OMC

A agricultura pode definir a ambição das negociações nos outros setores para um acordo global de livre-comércio, segundo diretor-geral da OMC


	O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo: "agricultura provavelmente definirá a ambição em relação a outros setores"
 (REUTERS/Anindito Mukherjee)

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo: "agricultura provavelmente definirá a ambição em relação a outros setores" (REUTERS/Anindito Mukherjee)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de março de 2014 às 17h29.

São Paulo - O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo, afirmou nesta segunda-feira em São Paulo que a agricultura pode definir a ambição das negociações nos outros setores para um acordo global de livre-comércio.

"Dentro das negociações da OMC, levando em conta os sinais de urgência e a realidade de cada país, a agricultura provavelmente definirá a ambição em relação a outros setores. É necessário pensar em benefícios para o setor agrícola, mas de uma maneira realizável", para beneficiar outros setores, comentou.

Azevêdo declarou que atualmente sua principal tarefa é executar até dezembro um plano de trabalho para cumprir o acordo inicial que os membros da OMC aprovaram em dezembro em Bali, na Indonésia, para reativar as negociações.

O diretor da OMC, em sua participação hoje no Global Agribusiness Forum (GAF) em São Paulo, afirmou que a OMC "está outra vez" pronta para pôr em discussão a Rodada de Doha sobre a regulamentação do comércio mundial.

"Os temas centrais que dificultaram as negociações em 2008 têm que estar sobre a mesa, começando pela agricultura", explicou.

Nesse marco, antecipou que a agricultura "será um dos temas centrais" nas negociações deste ano, seguida pelos setores da indústria e o de serviços, após o relançamento das negociações em dezembro do ano passado.

Azevêdo detalhou em seu discurso que está visitando diferentes países para "convencer às pessoas que a Rodada de Doha é possível".

O ministro da Agricultura, Neri Geller, que também participou da abertura do fórum, afirmou que o governo brasileiro incentivará o desenvolvimento da indústria agrícola para elevar o valor da produção agropecuária do país.

"A agroindústria fortalece a produção da agricultura e, segundo nossa opinião, é extremamente útil para trazer valor agregado à produção", disse Geller a jornalistas.

O ministro afirmou que o governo manterá os diferentes incentivos aos agricultores.

"Os programas (de incentivos) estão avançando e vamos trabalhar para que sejam mantidos", disse o ministro ao referir-se a projetos para beneficiar setores específicos como armazenamento, inovação tecnológica e despesa corrente do pequeno e médio produtor agropecuário.

O ministro destacou que o governo "investiu de forma pesada" na política de crédito agrícola.

Segundo avaliou, o foco na agroindústria ajudará a promover a incorporação das inovações tecnológica na produção brasileira, o que, sustentou, não excluirá os incentivos à agricultura familiar.

Em abril, Geller se reunirá com membros da equipe econômica para definir volumes dos recursos disponíveis para o crédito à próxima colheita.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaComércioOMC – Organização Mundial do ComércioTrigo

Mais de Economia

BNDES vai financiar projetos de saneamento e mobilidade com FGTS

Reforma Tributária: Câmara conclui segundo projeto, após acordo retirar ITCMD sobre previdência

Brasil abre 248 mil postos de trabalho em setembro, mostra Caged

Sem detalhar medidas, Haddad afirma que governo enviará uma PEC ao Congresso para cortar gastos