Economia

África e Brasil superam Ártico em petróleo e gás

Segundo DNV GL, empresas irão precisar de 15 a 20 anos para prospectar reservas no Ártico devido ao clima inóspito


	Tripulação trabalha em uma plataforma de petróleo: perspectivas de produção de petróleo no Brasil aumentaram desde a descoberta, em 2007, das reservas do pré-sal
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Tripulação trabalha em uma plataforma de petróleo: perspectivas de produção de petróleo no Brasil aumentaram desde a descoberta, em 2007, das reservas do pré-sal (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 21h11.

Londres - África e Brasil são áreas mais atraentes para a exploração de petróleo e gás do que o Ártico, onde as empresas irão precisar de 15 a 20 anos para prospectar reservas devido ao clima inóspito, disse o presidente-executivo da norueguesa DNV GL, Henrik Madsen.

A DNV GL é uma das maiores empresas mundiais de certificação, inspeção, teste e aconselhamento para as indústrias marítima, de petróleo, gás e energia renovável. Estima-se que o Ártico contenha 20 por cento das fontes ainda não descobertas de hidrocarbonetos.

O derretimento do gelo por conta do aquecimento global criou oportunidades no local para empresas de petróleo e gás, mas elas ainda enfrentam elevados custos e riscos em um momento no qual a maioria das empresas do setor está cortando gastos.

"Qualquer produção significativa está de 15 a 20 anos adiante, exceto na península de Yamal, mas esta é em terra", disse Madsen em entrevista. "Acho que há áreas mais atraentes no mundo, como a África, e talvez o Brasil. Também muito óleo de xisto por aí." Na península de Yamal, norte da Rússia, a produtora de gás russa Novatek está desenvolvendo um projeto de gás natural liquefeito (GNL) avaliado em 27 bilhões de dólares com o grupo de energia francês Total e a China National Petroleum.

Na África, enquanto isso, técnicas sísmicas aperfeiçoadas e a abertura de mais países para a presença de empresas internacionais aumentaram as área prestes a produzir petróleo.

Uganda, Quênia, Gana e Níger estão entre os países com novos campos de petróleo que podem produzir mais de 100 mil barris por dia até o fim da década, enquanto Moçambique e Tanzânia estão empatados na corrida para ser a primeira nação a exportar gás do leste africano, disse Madsen.

As perspectivas de produção de petróleo no Brasil aumentaram desde a descoberta, em 2007, das reservas do pré-sal, estimadas em 35 bilhões de barris de óleo equivalente recuperável, mais do que o dobro das reservas brasileiras atuais.

Desde meados do ano passado, a maioria dos produtores integrados de petróleo e gás anunciou reduções em seus programas de investimento de capital.

"Todas as grandes empresas de petróleo estão um pouco mais cautelosas agora no tocante a projetos de grande capital em áreas difíceis, sendo o Ártico uma delas", afirmou Madsen.

"Em termos de risco, com certeza é possível trabalhar de maneira segura e sustentável, mas tem que ser um passo de cada vez".

Acompanhe tudo sobre:PetróleoAmérica LatinaÁfricaDados de BrasilEnergiaCommoditiesGás

Mais de Economia

Mudança em mercado de carbono será 'divisor de águas', diz diretor do Itaú BBA

Senado aprova projeto de atualização patrimonial com itens da MP do IOF

'Impasse do hidrogênio será resolvido em 3 anos', diz presidente de Itaipu

INSS cria norma para devolução dos descontos indevidos para herdeiros