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Aeronáutica quer duas novas estatais

Aeronáutica quer duas novas estatais para o controle aéreo e captação de recursos


	Nivaldo Rossato: proposta de criação de estatais não desmilitariza o setor, segundo o comandante da Aeronáutica
 (José Cruz/Agência Brasil)

Nivaldo Rossato: proposta de criação de estatais não desmilitariza o setor, segundo o comandante da Aeronáutica (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2016 às 08h09.

Brasília - O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, defendeu na quinta-feira, 22, a criação de duas novas estatais.

A primeira destinada às atividades de controle aéreo - que receberia parte dos serviços desenvolvidos pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica (Decea) e pela Infraero, que passa por uma reestruturação.

A segunda já tem nome - Alada - e teria por objetivo "captar recursos humanos para atuar na área de Ciência e Tecnologia, e fazer link com empresas privadas na produção de satélites", segundo Rossato.

Essa dependeria de recursos da União e a proposta está em estudo no Ministério do Planejamento.

Já a nova estatal para a controle do tráfego aéreo teria gestão financeira autônoma. Os recursos viriam das tarifas que os passageiros pagam quando viajam e que estão estimadas entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões para 2017.

O problema é que a maior parte desses recursos vai para o caixa do Tesouro e acaba contingenciado, não chegando aos cofres da Força Aérea, a quem o serviço de controle do tráfego está subordinado.

Com a criação da estatal, os recursos iriam direto para o caixa da empresa, que manteria vínculo com o comando da Aeronáutica, com sede no Rio, onde já funciona o Decea.

A proposta do brigadeiro Rossato para a empresa de tráfego aéreo não acaba com os Cindactas - Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo nem desmilitariza o setor, que sofreu um apagão em 2006, durante a crise aérea.

A ideia é que o Decea continue comandando estruturas estratégicas, como os centros de controle de área e de aproximação das grandes cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte.

Mas, em aeroportos de cidades menores, como Maceió, onde há uma torre de controle comandada pela Aeronáutica, o sistema de tráfego passaria para essa nova estatal.

Hoje, a Infraero presta serviços de navegação aérea em 60 cidades e localidades sendo que em 21 delas é prestado o serviço de controle de aeródromo (torre de controle). Nas demais, é prestado o serviço de informação de voo de aeródromo.

Pelos serviços de navegação aérea, a Infraero arrecadou, em 2015, cerca de R$ 404 milhões, que correspondem a 25% do total das receitas aeronáuticas. Essa nova estatal ainda não tem nome nem seu estudo foi encaminhado para o Ministério do Planejamento.

"Podem dizer que estamos na contramão, porque o governo quer reduzir (despesas). Mas existem empresas públicas e empresas públicas. Uma empresa voltada para o controle do espaço aéreo é fundamental, porque ela assumirá certas responsabilidades que hoje são da Infraero e do Decea", disse o comandante, em café da manhã com jornalistas.

O brigadeiro lembrou que o tráfego aéreo no País cresce 10% ao ano. "Se ele cresce, e o nosso limite orçamentário é o mesmo, daqui a 20 anos todos os nossos recursos vão para o tráfego aéreo", prosseguiu o brigadeiro, citando que a FAB está buscando novos caminhos, como fazem as empresas privadas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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