Aviões no hangar da TAM, em São Paulo: em janeiro, a demanda por voos no Brasil teve o sexto mês consecutivo de queda (Luísa Melo/Exame.com)
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 10h10.
São Paulo - As companhias aéreas no Brasil esperam recuperar nos próximos meses parte da queda de 19 por cento dos preços de passagens ocorrido ao longo de 2015, diante de um cenário de oferta e demanda em baixa para este ano, afirmou o presidente da associação que representa as principais empresas do setor, Abear.
"Como a oferta e a demanda estão caindo, um cenário possível para os próximos meses é tentar recuperar em parte a queda de 2015", afirmou o presidente da entidade, Eduardo Sanovicz, em teleconferência com jornalistas nesta terça-feira.
Em janeiro, a demanda por voos no Brasil teve o sexto mês consecutivo de queda, recuando 4 por cento sobre o mesmo período de 2015. A oferta teve retração de 2,38 por cento, segundo a Abear.
A Gol, única empresa da Abear com ações em bolsa no Brasil, divulgou mais cedo que reduziu oferta em 1,7 por cento no mercado doméstico em janeiro enquanto a demanda caiu 3,6 por cento.
Segundo o presidente da Abear, o desempenho do setor em janeiro foi um "sinal muito sério, uma vez que janeiro é tradicionalmente de recuperação e este ano foi pior que janeiro do ano passado", afirmou.
Apesar disso, ele comentou que o setor já começou o ano com perspectiva bastante conservadora para 2016 e não fará mudanças em projeções anunciadas anteriormente.
A expectativa da Abear para este ano é que a oferta das companhias aéreas caia 7 por cento e a demanda recue próximo desse nível "ou ainda pior", disse Sanovicz.
Diante do cenário de deterioração do mercado, o setor espera conseguir na quarta-feira um acordo salarial em audiência de conciliação na Justiça com sindicatos de trabalhadores após uma paralisação ocorrida em vários aeroportos do país em 3 de fevereiro.
As companhias aéreas fizeram proposta de reajuste de 11 por cento nos salários de aeroviários e aeronautas, abandonando proposta anterior de reajuste zero para as categorias. A proposta, contudo, foi rejeitada em assembleias por prever parcelamento do reajuste.
"Vamos tentar fazer um acordo (...) A expectativa amanhã é que o ministro Ives Gandra formule uma proposta", disse Sanovicz referindo-se ao vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Martins Filho, que medeia as discussões no setor.
Texto atualizado às 11h09.