Economia

Adiamento de lei da saúde prejudica agenda de Trump, diz Mizuho

O Congresso tem menos de 30 dias antes do final do ano legislativo para aprovar o orçamento para 2018 e aumentar o teto da dívida

Trump: os maiores gastos com defesa e com infraestrutura provavelmente receberão suporte amplo (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: os maiores gastos com defesa e com infraestrutura provavelmente receberão suporte amplo (Kevin Lamarque/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de julho de 2017 às 20h12.

São Paulo - O adiamento na votação da reforma na saúde no Senado dos Estados Unidos para depois do recesso do feriado do Dia da Independência deixou ainda mais estreito o tempo para que o governo de Donald Trump consiga revogar e substituir o Obamacare, além de aprovar seu orçamento para o ano fiscal de 2018 antes do recesso de verão do Congresso, na avaliação de Steven Ricchiutto, economista-chefe para EUA do Mizuho.

Em relatório a clientes, Ricchiutto comenta que o Congresso tem menos de 30 dias antes do final do ano legislativo para aprovar o orçamento para 2018, aumentar o teto da dívida e completar o trabalho iniciado no sistema de saúde.

"Essa situação já fez com que os investidores reduzissem as hipóteses de um plano de estímulos fiscais a ser promulgado ainda em 2017 e sugerissem que o orçamento do ano fiscal de 2018 deverá ser um orçamento simples, para que sua aprovação ocorra antes de 29 de setembro", afirma.

Para ele, a simplificação da proposta de orçamento de Trump não deve refletir nenhuma das prioridades propostas pelo governo, já que "a postura obstrucionista da liderança democrata também sugere que a legislação sobre o teto da dívida seja mais difícil de ser aprovada".

As diferenças políticas evidentes no Partido Republicano na reforma da saúde também devem aparecer no debate sobre a reforma tributária, na visão do economista do Mizuho.

"A divisão no partido causou uma reavaliação do que poderia ser factível nos impostos e nas iniciativas de gastos do governo durante um ano eleitoral. Parece altamente improvável que a taxa de imposto corporativa possa ser reduzida abaixo de 28%", pontua Ricchiutto.

"Um corte de impostos à classe média atrairia interesse de ambas as partes, mas o desejo do Partido Republicano de reduzir os impostos em todos os setores e eliminar a taxação de heranças provavelmente atrairá muita publicidade negativa", diz.

Para o economista do Mizuho, os maiores gastos com defesa e com infraestrutura provavelmente receberão suporte amplo, mas o tamanho projetado deve ser limitado.

Com isso, a previsão do banco para o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA em 2018 inclui um corte de impostos de US$ 100 bilhões e US$ 30 bilhões em aumento de gastos - o que resultaria em um aumento de 0,3% para o PIB real do ano.

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