Economia

Adesão ao programa de repatriação já soma R$ 7,2 bi

Receita informou que já arrecadou R$ 7,2 bilhões com a adesão de contribuintes ao programa de repatriação de recursos


	Repatriação: Receita espera que a arrecadação suba para R$ 9 bilhões até o final desta semana
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Repatriação: Receita espera que a arrecadação suba para R$ 9 bilhões até o final desta semana (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2016 às 10h46.

Brasília - A Receita Federal já contabiliza R$ 7,2 bilhões de arrecadação com o programa de repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior.

Até sexta-feira, 23, este era o valor declarado - correspondente, em multa e Imposto de Renda, a 30% do total dos ativos - por cerca de 2,5 mil contribuintes que aderiram ao programa, mas ainda aguardam para efetuar o pagamento. O prazo final é 31 de outubro.

A expectativa da Receita é que este valor suba para R$ 9 bilhões até o fim desta semana, segundo apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Cerca de R$ 1 bilhão já foram efetivamente pagos e há um grupo de parlamentares que tentam aprovar a extensão do prazo até dezembro.

Em relatório do Orçamento deste ano, enviado ao Congresso na sexta-feira passada, o governo passou a contar com R$ 6,2 bilhões de receitas com a repatriação.

Esse valor evitaria um corte de R$ 3,5 bilhões no fim deste mês e garante uma reserva financeira de R$ 1,1 bilhão para a equipe econômica administrar riscos de descumprimento da meta fiscal de 2016.

Quando há a declaração, o contribuinte já confessou o valor que mantém fora do País. Por isso, o ingresso desses recursos é dado como certo pela Receita.

A grande preocupação do Ministério da Fazenda é com o risco de o Congresso aprovar novo projeto facilitando as regras e permitindo ao contribuinte regularizar o dinheiro que está fora do País pagando menos Imposto de Renda (IR) e multa.

O pagamento da multa e IR permite ao contribuinte ter anistia para os crimes de lavagem de dinheiro e evasão fiscal.

A votação do projeto é patrocinada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que defende que o pagamento do IR incida sobre o valor do saldo do patrimônio no dia 31 de dezembro de 2014.

Pela lei em vigor, o IR deve incidir sobre toda a renda consumida enviada ao exterior e não declarada. Lideranças políticas vão se reunir nesta segunda-feira para definir o cronograma de votação.

Mudança

O relator do projeto que prevê mudanças no programa, deputado Alexandre Baldy (PTN-GO), vai propor que o prazo de adesão seja estendido de 31 de outubro para 16 de dezembro - e não mais para o último dia do ano, como pensado inicialmente.

"Se mudarem a lei para excluir os valores consumidos, certamente o montante já declarado vai reduzir", alertou uma fonte do Ministério da Fazenda. A Receita e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já se declararam publicamente contrários à mudança.

O Ministério Público está acompanhando a movimentação do Congresso para flexibilizar a lei, principalmente, a proposta de permitir que políticos e detentores de cargos públicos, além de seus parentes, sejam beneficiados pelas mudanças. Hoje, eles estão impedidos de aderir à repatriação.

Os governadores, que vão receber uma fatia da arrecadação da repatriação, não querem a mudança. Assim como o governo federal, eles precisam desse dinheiro para ter um alívio até o final do ano e boa parte deles não quer que o Congresso mude as regras para diminuir o valor do que for arrecadado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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