Economia

Acordos Brasil-Reino Unido ocorrerão após Brexit, diz Barbosa

Essa é a avaliação do ex-embaixador do Brasil em Londres e em Washington; para ele, boa parte das atuais negociações entre os países são apenas "intenções"

Rubens Barbosa: "As relações do Brasil com o Reino Unido não têm problemas políticos ou econômicos" (ROGERIO MONTENEGRO /VEJA/VEJA)

Rubens Barbosa: "As relações do Brasil com o Reino Unido não têm problemas políticos ou econômicos" (ROGERIO MONTENEGRO /VEJA/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de agosto de 2017 às 20h14.

São Paulo - A saída do Reino Unido da União Europeia, processo conhecido como Brexit, poderá criar oportunidades para que o Brasil diversifique sua economia, mas acordos entre os dois países só serão assinados após o divórcio total com o bloco europeu se concretizar.

Essa é a avaliação de Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Londres e em Washington, que participou de um seminário promovido pela FecomércioSP nesta quinta-feira, 31.

Para ele, boa parte das atuais negociações entre Brasil e Reino Unido são apenas "intenções".

"As relações do Brasil com o Reino Unido são muito boas, não têm problemas políticos ou econômicos e acho que há campo para ampliar os investimentos, mas, nesses próximos dois anos, pouca coisa vai acontecer", apontou.

Nesta semana, Bruxelas recebeu a terceira rodada de negociações para a saída britânica da União Europeia, mas, novamente, houve pouco avanço.

Na visão de Barbosa, o Reino Unido "quer o melhor dos mundos, ou seja, participar do mercado único sem a livre circulação de pessoas e sem custo. Isso não vai acontecer".

O ex-embaixador citou, também, as negociações entre Mercosul e União Europeia, que se arrastam por 15 anos.

Há um esforço em vigor para que um acordo entre os dois blocos seja assinado até o fim deste ano, incluindo a viagem do ministro brasileiro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, à Europa nesta semana, mas Barbosa mostra ceticismo com esse compromisso.

"Esse acordo só iria acontecer depois das eleições na Alemanha e não vai dar tempo de negociar até o fim do ano. Na minha visão, se eu estivesse do lado europeu, não daria esse acordo para um governo que está terminando", disse, referindo-se à administração do presidente Michel Temer.

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