Fernández: em um eventual governo, o candidato disse que aplicará uma "flutuação administrada" do dólar (Patrick Haar/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de agosto de 2019 às 10h43.
Última atualização em 19 de agosto de 2019 às 11h42.
São Paulo — O candidato vencedor das eleições presidenciais primárias da Argentina, Alberto Fernández, declarou que o acordo firmado pelo governo do atual presidente do país, Maurício Macri, para pagamento de dívidas junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), é "impossível de cumprir".
Para Fernández, Macri precisa renegociar com a instituição adiamentos dos pagamentos previstos para os próximos anos. "É a única solução", disse, em entrevista ao jornal La Nación. Em 2018, o governo local tomou empréstimo de US$ 57 bilhões do FMI.
Já em uma tentativa de aliviar as tensões com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, o candidato kirchnerista buscou tranquilizar o mandatário brasileiro em relação a políticas econômicas de sua eventual administração, em entrevistas nesse fim de semana.
"Para mim, o Mercosul é um lugar central. E o Brasil é nosso principal sócio e vai continuar sendo. Se Bolsonaro pensa que eu vou fechar a economia e que então o Brasil vai deixar o Mercosul, que fique tranquilo, porque não penso em fechar a economia. É uma discussão idiota", declarou ao "La Nación", rebatendo o ministro brasileiro da Economia, Paulo Guedes.
"Me incomoda a forma e a prepotência com que fala, entre outras coisas. Mas a verdade é que o Brasil é muito mais importante do que Bolsonaro", disse na entrevista ao "Clarín".
Apesar de dizer que não se opõe ao Mercosul, Fernández ponderou que acordos comerciais devem considerar os interesses nacionais. "Meu problema não é que a economia se abra. Meu problema é que essa abertura cause danos aos argentinos", afirmou o candidato à presidência argentina.
Alberto Fernández ainda disse que, em uma eventual administração, aplicará política cambial de "flutuação administrada" do dólar - e repetiu que a atual cotação do dólar é "adequada".