Economia

Acordo EUA-China pode afetar exportações de soja do Brasil, diz ministério

Com o fim do embate entre Estados Unidos e China, Brasil pode perder o espaço no mercado conquistado durante as negociações

Soja: em meio a conflito comercial, a China comprou 80% da safra brasileira em 2019 (Lucas Ninno/Getty Images)

Soja: em meio a conflito comercial, a China comprou 80% da safra brasileira em 2019 (Lucas Ninno/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 8 de janeiro de 2020 às 12h29.

Brasília — O Brasil pode perder alguns ganhos recentes obtidos no mercado global de soja durante a guerra comercial entre Estados Unidos e China caso as duas potências fechem um acordo para encerrar a disputa, disse um representante do Ministério da Agricultura nesta quarta-feira.

O secretário substituto de Política Agrícola da pasta, Wilson Vaz Araújo, afirmou a jornalistas que o Brasil poderia reagir mudando suas exportações para outros países no caso de um acerto entre EUA e China.

"Nós ganhamos nesses anos... acabamos tendo espaço maior no mercado. Se vai retroceder um pouco? Pode ser. Mas o Brasil acho que tem condição de reagir a isso e exportar para outros mercados", afirmou Araújo.

Autoridades chinesas devem viajar para os Estados Unidos na próxima semana para concluir a primeira fase de um acordo que o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou em outubro, dizendo que o acerto levaria a China a gastar de 40 bilhões a 50 bilhões de dólares por ano em produtos agrícolas dos EUA.

A China praticamente parou de comprar soja dos EUA durante a longa disputa comercial, o que impulsionou as importações junto ao Brasil. Os chineses compraram quase 80% da safra brasileira de soja em 2019, segundo dados do governo brasileiro.

Acompanhe tudo sobre:ChinaEstados Unidos (EUA)ExportaçõesSoja

Mais de Economia

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética

Boletim Focus: mercado reduz para 4,63% expectativa de inflação para 2024

Lula se reúne hoje com Haddad para receber redação final do pacote de corte de gastos