Economia

Acordo com Mercosul está próximo, afirma diplomata da UE

Ambas partes trabalham com pressa para poder fazer um anúncio que sele o pacto, a menos em nível político, no mês que vem em Buenos Aires

UE: "Em um tempo em que alguns estão construindo muros, nós queremos construir pontes", disse no Palácio do Planalto (Francois Lenoir/Reuters)

UE: "Em um tempo em que alguns estão construindo muros, nós queremos construir pontes", disse no Palácio do Planalto (Francois Lenoir/Reuters)

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AFP

Publicado em 10 de novembro de 2017 às 16h08.

"Estamos perto assim de ter uma nova associação e um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul", disse nesta sexta-feira (10) o vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, aproximando o dedo indicador do polegar.

O gesto usado por Katainen foi a conclusão geral da reunião que teve nesta sexta em Brasília com o presidente Michel Temer e os chanceleres do bloco sul-americano para criar a muito esperada área de comércio entre ambas regiões.

"Em um tempo em que alguns estão construindo muros, nós queremos construir pontes", disse no Palácio do Planalto, perto dos ministros de Relações Exteriores de Brasil, Argentina, Uruguai e o vice-chanceler do Paraguai.

Ambas partes trabalham com pressa para poder fazer um anúncio que sele o pacto, a menos em nível político, no mês que vem em Buenos Aires durante a reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC).

"Concluímos hoje mais uma rodada de negociação que eu espero que seja a última, ou a penúltima, de tal maneira que nós possamos ter. E esse é o nosso objetivo otimista, mas também realista: a conclusão deste acordo até o final deste ano", disse o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes.

Ao longo de quase duas décadas, as discussões entre os quatro países do Mercosul e os do bloco europeu - que atualmente são 28 - foram marcadas por desencontros.

Em 2004, a negociação foi suspensa e só foi retomada seis anos depois, com o compromisso de melhorar as ofertas originais.

No mês passado, a UE completou sua oferta, propondo a importação de 70 mil toneladas para a carne bovina e de 600 mil toneladas para o etanol, dois bens muito delicados politicamente no velho continente.

Mas os números decepcionaram o bloco latino, tornando-se um novo obstáculo.Diplomatas sul-americanos e do governo brasileiro confirmaram à AFP que o acordo está bem próximo e confiam que chegará a tempo para Buenos Aires, apesar de ainda faltar afinar o funcionamento futuro de capítulos delicados, como compras governamentais, alguns bens agrícolas e propriedade intelectual.

Após a chegada de Donald Trump à Casa Branca, a UE buscou estimular uma política de livre-comércio e em julho passado alcançou um acordo político com o Japão, similar ao que pretende fechar agora com o bloco sul-americano.

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