Indústria: segundo presidente da Abimaq, precisa ser combatido o "tripé do mal" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2014 às 17h11.
Belo Horizonte - A indústria de máquinas e equipamentos ficou mais pessimista após os resultados de julho e a piora do cenário macroeconômico.
Para o ano, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) espera uma retração de 15% no faturamento bruto real do segmento, para R$ 66,1 bilhões.
Em 2013, esse montante foi de R$ 77,8 bilhões.
Na ocasião da coletiva de imprensa para apresentação dos resultados de junho, a entidade tinha uma estimativa de queda de em torno de 12%, podendo chegar a 13% ou 14%.
"Em fevereiro, nossa esperança era de uma estabilidade no faturamento ante 2013. Mas não imaginávamos que o aumento das exportações fosse exuberante e as vendas para o mercado interno iriam ficar muito ruins. Ninguém iria imaginar que iria ser tão ruim", declarou o presidente executivo da Abimaq, José Velloso Dias Cardoso.
Para o presidente da Abimaq, Carlos Buch Pastoriza, a matriz econômica brasileira está empobrecendo.
"Estamos deixando de ser indústria e sendo fornecedores de serviços de menor valor agregado. (...) A indústria da transformação está sendo dizimada no país. Esse segmento está em um processo de desindustrialização, que não é clássica. É de uma maneira silenciosa. Passamos de indústria para montadoras, e no limite, para importadoras. Esse fenômeno não está sendo captado nem pelo IBGE. A ponta desse iceberg está começando a aparecer no PIB e na balança comercial", explicou.
Segundo ele, precisa ser combatido o "tripé do mal": juros altos, câmbio desfavorável e altos impostos.
De acordo com o diretor regional da Abimaq Minas Gerais, Marcelo Luiz Moreira Veneroso, o faturamento do setor no estado acompanha o desempenho do nacional.
A receita bruta da indústria de equipamentos e máquinas de Minas Gerais representa 7% do faturamento total do segmento no país, cerca de R$ 3 bilhões.