Economia

Abeiva fala em demissões e fechamento de concessionárias

Segundo estimativas da entidade, cerca de 2 mil postos de trabalho devem ser fechados no setor, baixando o número para 23 mil empregados


	A Abeiva registrou queda de 24,2% nas vendas de veículos importados das empresas ligadas à entidade, em janeiro sobre igual mês de 2012
 (Getty Images)

A Abeiva registrou queda de 24,2% nas vendas de veículos importados das empresas ligadas à entidade, em janeiro sobre igual mês de 2012 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2013 às 14h26.

São Paulo - A Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) manteve a estimativa de vendas de 150 mil veículos pelas empresas associadas em 2013, alta de 17% sobre as 129 mil unidades de 2012, mas prevê demissões e fechamento de concessionárias este ano.

Segundo estimativas da entidade, cerca de 2 mil postos de trabalho devem ser fechados no setor, baixando o número para 23 mil empregados, e o número de concessionárias deve ser reduzido de 737 para 690. "A geração de impostos dos importados deve recuar de R$ 3,6 bilhões para R$ 3,2 bilhões entre 2012 e 2013", disse Marcel Visconde, vice-presidente da Abeiva.

Segundo ele, as demissões e o fechamento de concessionárias ainda são resquícios da crise enfrentada em 2012, quando houve o aumento da alíquota do IPI para os veículos importados e ainda o aumento do dólar. "O pior já ocorreu no ano passado e as previsões de agora são um ajuste", avaliou Visconde.

Apesar da queda de 24,2% nas vendas de veículos importados das empresas ligadas à Abeiva, em janeiro sobre igual mês de 2012, algumas marcas de luxo, como Porsche e Jaguar tiveram uma disparada nas vendas entre os períodos. Com 106 unidades no Brasil em janeiro, a Porsche viu suas vendas subirem 265,5% entre os períodos. As da Jaguar subiram 566,7%, de 3 para 20 veículos.

Segundo Visconde, que preside a Porsche no Brasil, a redução nos preços dos veículos das empresas que já se adequaram ao Inovar-Auto e os lançamentos de modelos no final do ano passado, explicam a alta nas vendas. "Muitos negócios feitos no Salão (Salão do Automóvel, em São Paulo) foram concretizados em janeiro. Além disso, o consumidor de alto nível é sensível ao preço, sim, e escolheu o melhor momento para comprar", afirmou.


Inovar-auto

A Abeiva informou que 69% de suas associadas, ou 11 empresas, já foram habilitadas pelo governo federal para o novo regime automotivo, o Inovar-Auto, e terão uma alíquota de IPI menor que os 55% atuais, até uma cota de 4,8 mil unidades ano por empresa. No entanto, a maior importadora do País, a Kia Motors, e outras marcas famosas, como Ferrari, Lamborghini e Rolls Royce, representadas pela Via Itália, ainda estão em processo de credenciamento.

De acordo com Ricardo Strunz, diretor financeiro da Abeiva, além do processo inicial de entendimento da nova legislação, apresentada em 3 outubro de 2012 e em vigor desde 1º de janeiro, os maiores problemas enfrentados pelas empresas pleiteantes são a documentação solicitada e a exigência do governo de que, em 2017, os carros reduzam o consumo de combustíveis em até 14% sobre o atual. "A primeira leitura das matrizes foi de apavoramento para essa meta de redução de consumo", disse Strunz.

No entanto, Strunz elogiou a cooperação do governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, na resolução dos problemas para a habilitação.

"O governo tem sido altamente cooperativo em resolver os problemas individuais", disse Strunz. "Temos o dever de casa de nos enquadrar ao Inovar-Auto, pois o programa é positivo e vamos tirar bastante proveito", completou Marcelo Visconde, vice-presidente da Abeiva.

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