Economia

Shinzo Abe anuncia estratégia de crescimento para o Japão

Entre as metas do país, o premiê disse que o Japão deverá buscar um crescimento real do PIB de 2% e um crescimento nominal de 3% ao ano ao longo da próxima década


	Como parte de sua meta de três anos para aumentar o investimento de capital em 10%, o primeiro-ministro Shinzo Abe quer reduzir impostos sobre gastos de capital, pesquisa e desenvolvimento
 (REUTERS/Toru Hanai)

Como parte de sua meta de três anos para aumentar o investimento de capital em 10%, o primeiro-ministro Shinzo Abe quer reduzir impostos sobre gastos de capital, pesquisa e desenvolvimento (REUTERS/Toru Hanai)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2013 às 06h41.

Tóquio - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, apresentou uma estratégia de crescimento para a economia do Japão nesta quarta-feira.

Entre as metas do país, o premiê disse que o Japão deverá buscar um crescimento real do PIB de 2% e um crescimento nominal de 3% ao ano ao longo da próxima década.

Ajudado pelo programa de relaxamento monetário do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) e pelos gastos fiscais do governo, Tóquio deverá visar um crescimento real de 2% ao ano e um crescimento nominal de 3%, em média, ao longo da próxima década. Os valores correspondentes para a década passada eram de um crescimento real de 0,89% e uma contração nominal de 0,46%.

Como parte de sua meta de três anos para aumentar o investimento de capital em 10%, o primeiro-ministro Shinzo Abe quer reduzir impostos sobre gastos de capital, pesquisa e desenvolvimento, disse uma fonte do governo.

Além disso, o governo também quer promover uma consolidação das empresas. Tóquio acredita que existem companhias demais em determinadas indústrias.

Parte da concorrência entre empresas nacionais nos mercados de itens como TVs de LCD ou vagões de trens leva a uma baixa rentabilidade e fraca resistência ao competir com empresas internacionais. Ao oferecer incentivos fiscais e apoio à flexibilização do mercado de trabalho, o Japão quer facilitar fusões e aquisições.

Como parte dos esforços para reduzir as contas de energia para a indústria e para as famílias, o Japão pretende reativar os reatores nucleares, uma vez que a sua segurança está garantida, segundo o governo. No momento, apenas dois dos 50 reatores estão operando após o encerramento generalizado de atividades após o desastre nuclear de Fukushima.

No setor de energia, Abe disse que o governo deve acabar com o monopólio na área de geração de energia elétrica, transmissão e comercialização dominada em cada região pelas últimas seis décadas por 10 grandes empresas como a Tokyo Electric Power Co.

O Japão está tentando desenvolver fontes de energia renováveis, envolvendo empresas e famílias, disse.


Na próxima década, o governo pode ajudar o investimento doméstico em fornecimento de energia elétrica crescer para 30 trilhões de ienes, 50% a mais do que o valor no últimos 10 anos, disse ele.

Segundo Abe, o governo deverá permitir que os pacientes unam tratamentos cobertos pelo seguro de saúde nacional do Japão com cuidados que vão além da cobertura. Atualmente, os pacientes devem se limitar a certos tratamentos para garantir a cobertura do seguro ou devem procurar um tratamento fora do sistema.

Além disso, o governo deverá promover a medicina preventiva e permitirá que o setor privado compartilhe os históricos médicos dos pacientes. Abe disse que o governo também deverá diminuir a burocracia para aprovar tecnologias médicas de ponta.

Quanto ao comércio, além do pacto de livre comércio transpacífico (TPP, na sigla em inglês), o Japão busca se engajar ativamente na formação de outros pactos comerciais, uma vez que pretende assumir um papel preponderante na elaboração da próxima geração de regras comerciais.

Estes pactos deverão incluir acordos de livre comércio com a China, Coreia do Sul, assim como União Europeia. Atualmente, 19% do comércio do Japão estão no âmbito de acordos de livre comércio.

O Japão também pretende promover o envolvimento das empresas na agricultura. Isso visa melhorar a eficiência da agricultura e aumentar as exportações de bens agrícolas. Assim, o Japão deverá definir uma meta de ter, pelo menos, 50 mil empresas com operações agrícolas, em 2020, quatro vezes o valor atual.

Segundo o premiê, o Japão deve aumentar os fluxos de entrada de capital para 35 trilhões de ienes até 2020. Através da criação de zonas econômicas especiais e realização de eventos e conferências internacionais, o Japão pretende atrair mais capital do exterior. O montante atual de investimento direto está em 17,8 trilhões de ienes.


Outro objetivo japonês é levar mais mulheres para a força de trabalho. Com a criação de mais creches e ao estabelecer outras medidas de apoio, o Japão espera aumentar a força de trabalho feminina e elevar a proporção de mulheres em cargos executivos.

Além disso, o Japão atualmente fornece subsídios para as empresas manterem os níveis de emprego, mas, à medida que visa tornar o mercado de trabalho mais líquido sem aumento do desemprego, o governo vai levar subsídios para as empresas que deslocam de maneira tranquila trabalhadores para diferentes setores.

O primeiro-ministro do Japão também disse que deve permitir a venda de medicamentos online no país.

O primeiro-ministro também repetiu suas propostas anteriores de estimular o investimento domésticos das empresas para 70 trilhões de ienes ao ano nos próximos três anos, dos atuais 63 trilhões de ienes.

Ele também falou que uma das metas é triplicar as exportações de infraestrutura do Japão para 30 trilhões de ienes e impulsionar o setor agrícola, aumentando as exportações de gêneros alimentícios para 1 trilhão de ienes, de 450 bilhões de ienes, ambos nos próximos sete anos.

Ao revelar a longa lista de propostas de reforma que vão desde o aumento da produtividade agrícola até permitir a venda de medicamentos onlines, Abe disse que, se essas medidas forem implementadas, a renda nacional deve crescer mais de 3% ao ano, elevando a renda per capita média em, pelo menos, 1,5 milhão de ienes nos próximos 10 anos.

A renda nacional per capita do Japão estava em cerca de 3,8 milhões de ienes no ano encerrado em março.

"É hora do Japão se tornar um motor da recuperação econômica global", disse Abe. Fonte: Dow Jones Newswires e Market News International.

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