Economia

A três meses das eleições, o pessimismo dará trégua?

O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) mostra o brasileiro mais pessimista que no mesmo período do ano passado, quando a crise era severa

Consumidor: expectativa de inflação mais alta e de PIB mais baixo formam uma combinação que deve impactar as disputas eleitorais   (Reinaldo Canato/VEJA)

Consumidor: expectativa de inflação mais alta e de PIB mais baixo formam uma combinação que deve impactar as disputas eleitorais (Reinaldo Canato/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2018 às 06h38.

Última atualização em 5 de julho de 2018 às 06h55.

A Confederação Nacional da Indústria divulga nesta quinta-feira o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) para o mês de junho. Os números dão algum indicativo do otimismo econômico da população, projetando a expectativa para os próximos seis meses em relação à situação de endividamento das famílias e disposição para consumo, além de percepção de inflação, desemprego e renda pessoal. A pesquisa ouviu 2.000 pessoas em 128 municípios, entre 21 e 24 de junho de 2018.

Na última edição do Inec, referente a maio, a CNI registrou 102,2 pontos na conta, valor idêntico ao do mês anterior. O valor está 1,6% menor comparado a maio de 2017 e 5,2% abaixo da média histórica avaliada pela confederação desde 2001. Em miúdos, o brasileiro está mais pessimista que no mesmo período do ano passado, quando a crise atingia o país com mais severidade.

O que muda é a percepção para o futuro próximo. O Inec de maio de 2017 mostra que, em comparação com o mês anterior, o desemprego e a inflação são protagonistas na lista de preocupações do brasileiro. O otimismo com o primeiro reduziu 2,8% e com o segundo, 1,1%. Menos gente, portanto, acredita que o governo Michel Temer tenha alguma condição de melhorar o ambiente ainda neste ano. Ainda em maio, houve melhora no endividamento e na renda pessoal, respectivamente 3,2% e 1,1%.

Os novos números são divulgados a  três meses das eleições, e devem deixar clara a dificuldade de qualquer candidato ligado ao governo de defender um legado de Michel Temer na presidência. O segundo semestre começa, é bom lembrar, com revisões para baixo na perspectiva de crescimento (1,55%), para cima na inflação (4,03%) e com um redução do desemprego aquém da esperada (está em 12,7%). Some-se a isso um câmbio que pode chegar a até 5 reais, na visão de analistas mais pessimistas, e um produção industrial que caiu 11% em maio afetada pela greve dos caminhoneiros.

O Brasil deve deixar a recessão econômica para trás. Mas motivos para o pessimismo da população não faltam.

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