Economia

A revolução dentro de casa

O Dia Internacional da Mulher será celebrado com protestos pelas ruas do mundo inteiro, como forma de brigar por condições igualitárias de trabalho. É uma insatisfação latente. No dia 21 de janeiro, a Marcha das Mulheres nos Estados Unidos, realizada um dia após a posse do presidente Donald Trump, se consagrou como o maior protesto […]

“O LUGAR DA MULHER É NA REVOLUÇÃO”: marcha das Mulheres, nos Estados Unidos, reuniu 4,5 milhões de pessoas em todo o país, em janeiro / / Getty Images (Mario Tama/Getty Images)

“O LUGAR DA MULHER É NA REVOLUÇÃO”: marcha das Mulheres, nos Estados Unidos, reuniu 4,5 milhões de pessoas em todo o país, em janeiro / / Getty Images (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de março de 2017 às 07h03.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h25.

O Dia Internacional da Mulher será celebrado com protestos pelas ruas do mundo inteiro, como forma de brigar por condições igualitárias de trabalho. É uma insatisfação latente. No dia 21 de janeiro, a Marcha das Mulheres nos Estados Unidos, realizada um dia após a posse do presidente Donald Trump, se consagrou como o maior protesto da história americana – reunindo 4,5 milhões de pessoas contra o retrocesso de direitos. O slogan da greve global é “Um dia sem uma mulher” e deve ser adotado em mais de 30 países. Além da greve, o movimento estimula que as mulheres fiquem o dia inteiro sem fazer compras e sem realizar atividades domésticas.

Um estudo da consultoria empresarial McKinsey mostra que, caso as mulheres e os homens ocupassem o mesmo espaço no mercado de trabalho até 2025, 28 trilhões de dólares seriam adicionados ao PIB global, uma alta de 26%. Na América Latina, o avanço na economia seria ainda maior, com crescimento de 34% no PIB e incremento de 2,6 trilhões de dólares.

Caso os países alcançassem a paridade nos próximos oito anos, 240 milhões de novas vagas de emprego seriam criadas. Um outro estudo da McKinsey chamado “Women in the Workplace” mostrou que as mulheres ocupam 46% dos empregos de entrada, mas apenas 19% estão em cargos de direção.

No Brasil, a desigualdade está presente desde as cifras no contracheque até o número de horas dedicadas ao serviço. De acordo com dados da Pnad, enquanto os homens recebiam, em média, 2.012 reais em 2015, as mulheres ganhavam 1.522 reais, o equivalente a 76% do valor. Um novo levantamento realizado pelo Ipea, divulgado na segunda-feira 6, mostra que as mulheres trabalham cerca de 7,5 horas a mais que os homens por semana, somando um total de 53,6 horas de trabalho semanais, dividas ente os trabalhos domésticos e profissionais.

De acordo com a pesquisa do Ipea, 90% das mulheres trabalham em casa, mas apenas 50% dos homens têm atribuições domésticas. As taxas são as mesmas de 20 anos atrás. A revolução, que estará nas ruas nesta quarta-feira, precisa avançar em casa.

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