Economia

América Latina é vista como 'oásis' de estabilidade no Fórum de Davos

Problema da dívida na eurozona, a lenta recuperação dos EUA e a desaceleração do crescimento de países emergentes despejaram pessimismo ao encontro de Davos

World Economic Forum, em Davos (Divulgação/World Economix Forum)

World Economic Forum, em Davos (Divulgação/World Economix Forum)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2012 às 18h05.

Davos - A América Latina foi identificada como um 'oásis' de estabilidade, crescimento e oportunidades durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, que encerra neste domingo, em contraste com a incerteza geral devido à crise financeira e econômica que castiga a Europa e os Estados Unidos.

O problema da dívida soberana da eurozona, a lenta recuperação econômica dos Estados Unidos e a desaceleração do crescimento de países emergentes despejaram pessimismo ao encontro anual celebrado na localidade suíça de Davos. A injeção de otimismo ficou por conta da América Latina.

Presidentes e ministros da América Latina tiveram de cumprir agendas apertadas em consequência da enorme demanda de reuniões com presidentes e executivos-chefes de multinacionais e grandes companhias que se reúnem a cada ano no Fórum de Davos.

'Francamente, aqui não tivemos tempo para nada diferente do que atender entrevistas, receber empresários e investidores interessados no setor mineiro-energético da Colômbia', declarou a Efe o ministro de Energia e Minas colombiano, Mauricio Cárdenas.

Esta edição do Fórum de Davos foi, nesse sentido, muito diferente das anteriores, nas quais o 'apetite' era principalmente direcionado aos grandes países emergentes, em particular China e Índia, que neste ano assumiram mais nitidamente seu novo papel de países investidores em busca de oportunidades de negócios na América Latina.

Cárdenas, por exemplo, teve diversas reuniões com investidores indianos e chineses, interessados em desenvolver atividades no setor metalúrgico e energético, respectivamente, da Colômbia.

Os Governos procuram igualmente aproveitar o Fórum de Davos para ajudar as empresas a fazer negócios no exterior, como foi o caso do chanceler peruano, Rafael Roncagliolo, quem conversou com seu colega australiano, Kevin Rudd.

Rudd explicou a Efe que falou com Roncagliolo a respeito de uma reunião que seu Governo organiza entre representantes políticos e empresariais da Austrália e da América Latina para maio.

'A razão é que vemos a América como um pilar sólido do crescimento econômico global nas próximas décadas e queremos sentar os alicerces agora', declarou o ministro australiano.

Roncagliolo ressaltou a Efe que o Peru está atento aos países da Bacia do Pacífico e entre eles há um interesse especial 'em desenvolver as relações com a Austrália para elevar os investimentos e o comércio'.

Uma área central para os investimentos australianos no Peru é a mineração, revelou o ministro. Ele acrescentou que Rudd defende a ligação aérea dos dois países. O objetivo do Peru é atrair as operações da companhia aérea Qantas, fomentando assim o tráfego de passageiros e mercadorias.

Ao contrário do passado, o interesse que desperta América Latina entre os investidores permite agora, admitiram vários políticos e empresários em Davos, 'escolher' os investimentos que cumprem com os critérios de responsabilidade ecológica e social exigidos pelos Governos, particularmente na indústria extrativa de matérias-primas não renováveis como a mineração e os hidrocarbonetos.

No esforço de aproveitar as oportunidades geradas pelo foco na região, os presidentes do Peru, Ollanta Humala; do Panamá, Ricardo Martinelli; e do México, Felipe Calderón, participaram desta edição do Fórum de Davos.

Os três presidentes organizaram um jantar com participantes do Fórum que foi muito prestigiado.

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