9 economias que devem continuar patinando (Brasil incluído)
Brasil e Rússia estão na companhia de Iêmen e Venezuela entre as economias com piores perspectivas até 2017, segundo relatório do Banco Mundial deste mês
Tempos difíceis (Getty Images)
João Pedro Caleiro
Publicado em 19 de junho de 2015 às 13h11.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h40.
São Paulo - A desaceleração dos emergentes é um fato consumado e a projeção do Banco Mundial para o crescimento da economia global em 2015 não é exatamente brilhante: 2,8%. No entanto, há um grupo de países que não devem chegar nem perto deste número - neste ou nos próximos anos. É o caso do Brasil, que deve ter sua pior recessão em duas décadas, uma ressaca da euforia do passado somada com as consequências de políticas desastradas do primeiro mandato de Dilma e fatores como a Operação Lava Jato. A Ucrânia é vítima da hostilidade da Rússia, que sucumbe diante de sanções e da queda do preço do petróleo, levando junto a vizinha Bielorússia para o fundo do poço. O petróleo em queda, aliás, ajuda a explicar a situação do Iêmen e na Venezuela, também afetados por guerra civil e políticas erráticas, respectivamente. Veja a seguir as 9 economias que tem as piores perspectivas para este e os próximos 2 anos de acordo com o último relatório do Banco Mundial:
O Iêmen nunca teve uma economia dinâmica e sofre com alto desemprego, explosão populacional e falta de água e produtos. A situação ficou ainda pior com a queda do preço do petróleo e a escalada dos conflitos políticos em uma guerra civil.
3/11(Divulgação / Trivago / Tambako The Jaguar – Flickr)
A Croácia é, junto com a Grécia, o único país europeu que viu sua economia encolher todos os anos desde 2008. Em fevereiro, o governo cancelou a dívida dos cidadãos mais pobres para estimular a demanda doméstica, mas as projeções de crescimento continuam modestas.
O crescimento está diminuindo de forma generalizada nos emergentes e na América Latina, mas o processo começou antes e foi mais forte no Brasil. Depois de ficar parada em 2014, a economia brasileira deve sofrer neste ano a pior recessão em 20 anos, com recuperação tímida esperada para 2016 e 2017. O governo brasileiro vem tentando mostrar ao mercado que mudou de rumo após as políticas dos últimos anos que levaram a aumento da dívida, piora nas contas públicas e inflação próxima do teto da meta.
Assim como o Brasil, a Sérvia está em um processo de consolidação fiscal após fechar um acordo com o FMI em fevereiro. A dívida pública em relação ao PIB dobrou entre 2008 e 2014, e o país tem tropeçado diante de corrupção, uma população envelhecida e alto desemprego.
O tombo é generalizado entre os emergentes após a euforia da década passada, mas o caso da Rússia é agravado pela dependência do petróleo (cujo preço despencou nos últimos meses) e pelas sanções dos países ocidentais após a anexação da Crimeia.
Esta pequena ilha do Caribe tem apenas 160 mil habitantes e um PIB de US$ 1,8 bilhão altamente dependente do turismo, uma das indústrias que nunca se recuperaram totalmente desde a crise financeira de 2008.
É só olhar para o nome: a Bielorússia é altamente integrada com a Rússia, e sua economia e moeda tem seguido a trajetória (declinante) dos seus vizinhos russos nos últimos anos - o que deve continuar.
A queda brutal do preço do petróleo foi como uma bomba para a economia da Venezuela, altamente dependente do produto para sua receita e exportações. E isso porque o país já estava sofrendo com instabilidade política, desabastecimento e uma das maiores inflações do mundo.
A Ucrânia já tinha uma economia vulnerável e altos níveis de corrupção quando começou a se desestabilizar politicamente. Depois, viu a Crimeia ser anexada e tem que lidar até hoje com a ameaça constante da Rússia e de rebeldes no leste. O resultado: recessão de 6,8% em 2014 e uma perspectiva de recuperação lenta, e isso se nada mais der errado.