São Paulo - O ano de 2013 vai ficar marcado pelo fim da euforia com os emergentes, que tiveram suas fragilidades expostas e sofreram com o vai-e-vem de suas moedas. A Europa deixou seus piores dias para trás, mas os sinais que vem do continente são diversos e muitas vezes contraditórios. Dois europeus, três BRICS e até um dos promissores MINTs aparecem entre as economias que decepcionaram em 2013. Veja a lista completa:
O México não teve um 2013 muito feliz. Depois de crescer 3,8% em 2012, a segundo maior economia da América Latina desacelerou e chegou a encolher no segundo trimestre, a primeira vez que isso acontecia desde 2009. O crescimento de 2013, que estava previsto para 3,5% no início do ano, não deve ultrapassar 1,3%, mas a previsão para 2014 é mais animadora. O orçamento do governo prevê um aumento de gastos com foco em infraestrutura, e a economia deve ser favorecida pelas recuperação dos Estados Unidos, destino de 80% das exportações mexicanas.
Para combater a escassez de produtos básicos e uma inflação que atingiu 50% nos últimos 12 meses, o presidente venezuelano Nicolás Maduro tem promovido o que ele próprio chama de "guerra econômica". Só nas últimas semanas, ele já decretou o controle de preços, custos e lucros de vários setores. Entre janeiro e setembro, a economia cresceu apenas 1,4% comparada ao mesmo período do ano passado e não deve chegar nem perto da expansão de 5,6% em 2012 ou da meta de 6% estabelecida pelo governo.
Depois de sair da recessão no segundo trimestre, a economia da França voltou a cair no terceiro. Em novembro, teve a nota da sua dívida rebaixada pela Standard & Poor's pela segunda vez em dois anos. Os últimos números de desemprego mostram trajetória de queda, como prometido por François Hollande. Após promover aumentos controversos de impostos e com popularidade no fundo do poço, ele precisa desesperadamente de boas notícias - mesmo que seja sobre o sucesso do foie gras.
A quinta maior economia da zona do euro não sobreviveu intacta à crise do bloco e também teve o rating rebaixado (de AAA para AA+) pela Standard & Poor's no final do mês passado. A projeção é que a economia do país, que caiu 1% em 2012, encolha mais 1,2% em 2013 antes de voltar a crescer (um pouquinho) no ano que vem. O desemprego foi na contramão da zona do euro e cresceu de um ano para cá. No comunicado da sua decisão, a S&P afirmou que o PIB real do país só deve voltar aos níveis de 2008 em um longínquo 2017.
O R dos BRICS esteve no centro de grande parte das polêmicas do ano - enquanto isso, a estimativa de crescimento da economia era cortada continuamente: de 3,6% em dezembro do ano passado para 1,4% atualmente. O crescimento da Rússia (e a aprovação do presidente) não atingiam um nível tão baixo desde o ano 2000. O próprio Putin reconheceu hoje que "as principais razões para a desaceleração são internas e não externas." Em novembro, o ministro da Economia russo disse que o país deve crescer apenas 2,5% anuais durante as próximas duas décadas.
O país que chora a morte de Mandela não vai encontrar motivos para sorrir com o estado da sua economia: o país está prestes a perder o posto de maior economia do continente africano para a Nigéria. A África do Sul cresceu 3,1% em 2010 e 3,5% em 2011, mas começou a desacelerar no ano passado, com 2,5% de crescimento. Afetado por greves em fabricantes de automóveis, o crescimento deste ano não deve ultrapassar 1,9%. Um em cada quatro sul-africanos estão desempregados.