Zélia Cardoso de Mello, ministra da Fazenda de Fernando Collor, ficou famosa pelo "confisco da poupança", um dos episódios amargos da história da aplicação (Nelio Rodrigues/Veja)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2012 às 17h23.
São Paulo – Mexer nas regras da poupança é um tabu no Brasil. Não é à toa: trata-se de uma aplicação de 150 anos, que conserva até hoje algumas características originais.
Diante da iminência do anúncio de novas regras para o rendimento da poupança pelo governo, o Itaú e Gradual Investimentos divulgaram hoje boletins a seus clientes, que destacam curiosidades da história da aplicação.
Conheça algumas delas:
1. A poupança brasileira tem mais de 150 anos de existência: foi criada pelo Imperador Dom Pedro II, em 1861.
2. Desde a sua criação, pagava juros de 6% ao ano – o mesmo rendimento oferecido hoje - garantidos pelo Tesouro Imperial.
3. A poupança foi criada para atender as camadas mais pobres da população do Brasil imperial. “Tem por fim receber [...] as pequenas economias das classes menos abastadas”, diz o decreto de Dom Pedro II.
4. Em 1871, foi criada uma lei que permitia aos escravos depositar dinheiro na poupança, por meio de doações, heranças ou renda proveniente de algum tipo de trabalho.
5. A “correção monetária” foi criada em 1964, como forma de proteger a poupança da inflação. A aplicação passou a pagar a correção mais a “taxa real” de 0,5% ao mês.
6. Durante os anos de inflação galopante, na década de 1980, a correção monetária da poupança deixou de ser mensal e passou a ser diária. Foi então que as poupanças passaram a ter uma data de “aniversário”. O Banco Central passou a publicar todos os dias o fator de correção para os depósitos mensais.
7. 16 de março de 1990 foi uma data fatídica para muitos brasileiros. Foi o dia do anuncio do Plano Collor, que, entre outras medidas determinou o congelamento de 80% de todos os depósitos das contas correntes e cadernetas de poupança que excedessem a 50mil cruzados novos por 18 meses.
Esse é o motivo pelo qual muitos brasileiros ainda sentem calafrios ao se falar em mudanças na poupança.