Economia

65% dos desempregados estão sem trabalho há mais de 1 ano, diz pesquisa

Segundo o estudo, os mais afetados no Brasil são os mais velhos — 50% das pessoas com idade entre 55 e 65 buscam emprego há mais de 5 anos

Desemprego: para os mais jovens falta de vagas é o principal problema do mercado de trabalho no país (Paulo Whitaker/Reuters)

Desemprego: para os mais jovens falta de vagas é o principal problema do mercado de trabalho no país (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de novembro de 2019 às 12h23.

Mais de seis de cada dez desempregados do país (65%) estão sem trabalho há mais de um ano, aponta a pesquisa Hábitos do Trabalho, contratada pela Alelo e realizada pelo Instituto Ipsos.

Segundo o estudo, os mais afetados pela demora são os mais velhos: no grupo de pessoas com idade entre 55 e 65 anos, 49% procuram uma nova ocupação há mais de 5 anos e 31%, entre 2 e 5 anos.

 

Do grupo dos mais velhos, 28% citaram a faixa etária como principal empecilho para voltar ao mercado de trabalho. Entre os mais jovens, a principal dificuldade mencionada (36%) é a falta de vagas.

"A busca por uma nova recolocação é recorrente para 76% do total dos desempregados ouvidos na pesquisa, mas essa procura diminui conforme a idade aumenta. O levantamento mostrou que, das pessoas com idades entre 55 e 65 anos, 56% deles não estão à procura de uma nova ocupação", disse a diretora de Gente e Inovação da Alelo, Soraya Bahde, no comunicado de divulgação do estudo.

De acordo com a pesquisa, quase metade dos entrevistados afirmou que realiza trabalhos paralelos sem vínculos empregatícios para se manter. As principais áreas citadas foram serviços de limpeza de casas, revendedor de produtos por catálogo, venda de artesanatos, doces e salgados e serviços domésticos em geral. Entre os desempregados, 42% acreditam que empreender pode ser o caminho para retornar ao mercado.

Segundo o levantamento, 39% dos pesquisados afirmaram terem sido demitidos por corte de pessoal e 20% disseram ter pedido demissão por motivos pessoais. No recorte de gênero, a demissão por corte de vagas foi mais citada por homens (50%) e a saída por motivos pessoais, pelas mulheres (25%).

Metodologia

A pesquisa Hábitos do Trabalho, encomendada pela empresa Alelo, entrevistou 2.333 pessoas por meio de um levantamento on-line. Destas, são 1.518 empregadas, 468 desempregadas e 347 autônomas. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para cima e para baixo.

O recorte demográfico considerou 54% de homens e 46% de mulheres com idade entre 18 e 65 anos. O estudo foi realizado nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília, Florianópolis, Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Salvador e Fortaleza.

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