São Paulo - 2014 será lembrado como o ano em que os Estados Unidos atingiram seu maior crescimento em uma década e voltaram definitivamente a ser o maior foco de otimismo no mundo desenvolvido. Enquanto isso, o pólo da economia global continuou a ser transferido para a Ásia, mas com o otimismo migrando da China para a Índia. Na América Latina, a desaceleração do Brasil chegou finalmente aos vizinhos, que marcavam forte presença na lista do ano passado. A queda do preço do petróleo promete ser um impulso para países importadores e uma maldição para exportadores - mas houve quem conseguisse se safar. Veja a seguir quais são os 6 países que vão lembrar de 2014 com carinho:
O Reino Unido chega ao fim do ano com o alívio de ter evitado a separação da Escócia, que poderia ter trazido um longo período de turbulência econômica. Com desemprego em queda e atividade em alta, o país também vive uma recuperação formidável - e que ao contrário da americana, inclui também o primeiro aumento de salários reais em mais de 6 anos. Os últimos números vieram um pouco abaixo do esperado, mas o país ainda deve crescer quase 3% este ano - nada mal para uma das maiores e mais ricas economias do globo e para o governo do conservador David Cameron, que enfrentará uma eleição em 2015.
A recuperação de Estados Unidos e Reino Unido está dando uma força para as exportações da Irlanda, que também teve um bom ano. Com confiança em alta, desemprego em queda e um mercado imobiliário que finalmente reagiu, o país está deixando para trás de vez os duros anos de recessão e austeridade. Nenhum outro país europeu cresce hoje mais do que a "fênix celta": a taxa de expansão do PIB em 2014 deve ficar em 4,6%, o dobro do projetado até poucos meses atrás.
A queda de mais de 40% nos preços do petróleo foi uma das notícias que definiram 2014, e Venezuela e Rússia são alguns dos países que sofrem com o fenômeno (que deve continuar em 2015). O Catar chegou ao topo do ranking mundial em PIB per capita por causa das suas exportações de energia, mas aproveitou os tempos de bonança para investir em infraestrutura, acumular reservas e diversificar sua economia - e agora colhe os resultados. Com as preparações para a (já polêmica) Copa do Mundo de 2022 a todo vapor, o país projeta um crescimento de 6,3% este ano e 7,5% em 2015. Falta agora melhorar as condições de trabalho, que muitas vezes beira a escravidão.
A eleição de Narendra Modi em maio trouxe de volta o otimismo com a Índia. O queridinho dos mercados só começa agora a delinear suas reformas - como a tributária - mas já fez com que as ações indianas fechassem o ano com a melhor performance do continente asiático. A taxa de crescimento do PIB deve ficar em cerca de 5,4% em 2014, apenas levemente maior do que nos anos anteriores, mas pode começar a superar a da China já em 2016, segundo estimativas do Goldman Sachs. A queda dos preços de petróleo e da inflação persistente também dão margem para que o banco central do país corte os juros e ajude na aceleração.
Diretora da Petrobras diz que recuo da cotação da commodity, que caiu ao menor nível em quatro anos, assusta. Redução no preço dos combustíveis entrou no radar da equipe econômica
Marketplaces on-line chineses como Temu e Shein haviam se beneficiado até agora da brecha conhecida como “de minimis” para entrar nos EUA sem pagar impostos