Pedestres usam máscaras protetora, na Rua Alfandega, no Rio de Janeiro, Brasil, 23 de julho de 2020. (Andre Coelho/Bloomberg)
Ligia Tuon
Publicado em 24 de julho de 2020 às 18h44.
Última atualização em 25 de julho de 2020 às 09h12.
O mundo segue em processo de flexibilização das medidas de quarentena impostas para conter a disseminação da covid-19. Mas nem todo mundo está tendo o mesmo sucesso para controlar a doença, o que tem atrasado esse processo.
A EXAME Research mostra em relatório semanal sobre o cenário da covid-19 em que pé está a abertura das principais economias.
Entenda o cenário com estes seis gráficos:
O Brasil já mostrou aperto de 4,8% em seu índice de rigor da quarentena nas últimas semanas, em razão da piora dos casos em algumas regiões. O destaque mais recente é Santa Catarina.
Com mais de 60.000 casos da doença e 812 mortes, o estado vem anunciando ampliações das restrições de movimentação em diversas regiões, incluindo a Grande Florianópolis, em situação gravíssima.
No Chile, o índice de confinamento avançou 14% nas últimas semanas. Já nos Estados Unidos, o indicador ficou estável desde o início de julho, num patamar sutilmente abaixo do mês anterior, mas praticamente 70% acima do normal, diz o relatório.
A Europa é a região onde o cenário da covid está mais controlado no mundo até o momento. O índice de rigor na quarentena da Áustria e da Alemanha, dois países que vêm se destacando no avanço da abertura da economia, recuaram 46% e 60%, respectivamente, quando comparado ao auge da crise em março e abril.
Já a Itália, onde as medidas de isolamento foram reduzidas em 37% na mesma comparação, mostra uma certa elevação nos índices, destaca o relatório.
Mesmo sendo um período tradicionalmente mais fraco para o consumo de energia elétrica, o movimento do setor segue com inclinação positiva no Brasil, mostra gráfico da EXAME Research.
Segundo o documento, a comparação interanual poderia sugerir uma recuperaçao da carga, mas o nível ainda reflete mais o baixo nível de 2019 do que uma alta expressiva em 2020. "A partir de agosto, com uma mudança na sazonalidade, teremos melhor ciência da trajetória do indicador", diz.
As Américas do Sul e do Norte continuam chamando a atenção pelo aumento no número de casos de covid-19. O gráfico abaixo mostra a evolução da pademia no mundo na média móvel dos últimos sete dias.
Enquanto a América do Norte avançou 4% nessa métrica na comparação com a semana anterior, a América do Sul cresceu 7,2%. O destaque ficou para Ásia, com 16% de aumento no número de casos, em razão da Índia, onde a doença se espalha em cidades do interior do país, que abrigam a grande maioria do 1,3 bilhão de habitantes do país.
Brasil e México continuam sendo destaques negativos no número de mortes pela média móvel dos últimos sete dias. Os dois países são acompanhados agora pela Índia.
Nos Estados Unidos, a situação é bastante heterogênea, com estabilização em estados importantes, como Nova York, e aumento relativo no Texas e na Califórnia.
O número de mortes pela doença continua desacelerando na Europa e, em especial, no Reino Unido, Alemanha e Itália. Esses países viveram seus recordes há quase dois meses, destaca o relatório.
O destaque negativo de Brasil e México fica mais claro quando o número de mortes é ponderado pelo tamanho da população. O gráfico a seguir mostra a discrepância recente da trajetória dos dois países em relação aos demais.
A população brasileira, de cerca de 200 milhões de habitantes, é pouco maior que a do México, por isso a base de comparação pela quantidade de habitantes faz mais sentido entre os dois países. Por essa métrica, a Índia, que tem mais de 1 bilhão de habitantes, nem sequer chega a aparecer entre as linhas.