A dívida pública registrou recorde histórico em 2017 (iStock/Thinkstock)
João Pedro Caleiro
Publicado em 27 de janeiro de 2018 às 08h00.
Última atualização em 27 de janeiro de 2018 às 08h00.
São Paulo - A semana que passou deu uma ideia mais clara de como foi 2017 para a economia brasileira.
O crescimento final do PIB só será conhecido no dia 01 de março, mas o que foi divulgado até agora já torna possível montar um panorama do ano.
Veja a seguir:
Foi o terceiro ano seguido no vermelho, com destaque negativo para construção civil e indústria da transformação e destaque positivo para comércio, agropecuária e serviços.
Mas houve uma melhora relevante em relação aos anos anteriores: o saldo negativo foi de 1,5 milhão de empregos em 2015 e de 1,3 milhão em 2016.
O fechamento líquido de 328.539 postos em dezembro assusta, mas foi menor do que o projetado em pesquisa da Reuters. Também representa a melhor marca em uma década para o mês, que é tradicionalmente negativo.
Um panorama mais claro do desemprego poderá ser feito em breve: o IBGE divulga a PNAD Contínua de dezembro na próxima quarta-feira (31) e os números consolidados do 4º trimestre no dia 23 de fevereiro.
O número de acordos coletivos entre empresas e trabalhadores que resultaram em redução de jornada e de salários caiu 65% de um ano para o outro (de 390 em 2016 para 137 em 2017).
A porcentagem dos acertos que conseguiram ganhos acima da inflação subiu de 27% em 2016 para 79% em 2017.
O número caiu em relação aos US$ 78 bilhões de 2016 e representa, por uma pequena margem, o menor valor anual desde 2013, quando o total de investimento ficou em US$ 69,6 bilhões.
A projeção do BC é que o número em 2018 suba para US$ 80 bilhões, mas as decisões dependem muito da evolução do quadro eleitoral ao longo do ano.
É um recorde histórico e a previsão do Tesouro é que a trajetória siga em alta, atingindo um patamar entre R$ 3,78 trilhões e R$ 3,98 trilhões no final de 2018.
A conta de transações corrente, que pode ser positiva (superávit) ou negativa (déficit), engloba a balança comercial (exportações e importações) e a de serviços (que incluem remessas e recebimentos de juros e lucros, além gastos de brasileiros no exterior e de estrangeiros no Brasil, entre outras transações).
O resultado no Brasil em 2017 foi de déficit de 9,762 bilhões de dólares, equivalente a 0,48% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Banco Central divulgados na sexta-feira (26).
Foi o melhor desempenho desde 2007, quando houve superávit de 408 milhões de dólares. O resultado foi puxado pelo superávit recorde da balança comercial e deixa as contas externas menos vulneráveis.
Mas devido a fatores como a recente apreciação do Real e o próprio aquecimento da economia, a expectativa do Goldman Sachs é que o déficit suba para um "ainda moderado" 1,4% do PIB em 2018.
A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 1,342 trilhão em 2017, um aumento real (já descontada a inflação) de 0,59% na comparação com o arrecadado em 2016.
Foi o maior valor anual desde 2015 e a primeira alta real desde 2013, uma boa notícia para as perspectivas fiscais do governo.
“Para 2018, a expectativa é que resultado positivo para a arrecadação continue. E posso dizer? Em janeiro está muito bom”, adiantou o chefe do centro de estudos tributários e aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, para o Estadão Conteúdo.