5 transições para turbinar o crescimento global em 2014
Veja o que as economias dos EUA, Europa, Japão, China e emergentes devem fazer para o crescimento engrenar de vez em 2014, de acordo com o Morgan Stanley
O ano da virada (Stock Exchange)
João Pedro Caleiro
Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 15h30.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h22.
São Paulo - Para o banco japonês Nomura, 2014 será o ano do "fim do fim do mundo". Parece exagero, mas a ideia de que a crise global será superada definitivamente encontra eco em vários trabalhos que começam a aparecer. O relatório de perspectivas da empresa de serviços financeiros Morgan Stanley aponta que a economia global pode acelerar seu crescimento para algo em torno de 3,5% em 2014, contra menos de 3% em 2013. Para isso, no entanto, vai precisar conseguir manejar com sucesso algumas transições desafiadoras. Veja quais são elas:
2. EUA: do relamento quantitativo para um horizonte normalzoom_out_map
2/7(David Paul Morris/Bloomberg)
O mercado financeiro esperava que a este ponto, o banco central americano já teria começado diminuir o ritmo do programa de compra de ativos para estimular a economia, o famoso relaxamento quantitativo (quantitative easing). A nova previsão é março. De qualquer forma, as taxas de juros futuros já estão sendo pressionadas para cima - uma transição brusca que prejudica o crescimento. O Morgan Stanley prevê que a nova presidente do Fed americano, Janet Yellen, vai influenciar nas expectativas determinando, por exemplo, que aumentos de juros estão fora de questão até que o desemprego caia para o patamar de 6%.
3. Japão: da deflação para inflação (moderada)zoom_out_map
3/7(Getty Images)
2014 será um ano decisivo para as Abenomics, políticas econômicas implementadas pelo primeiro-ministro japonês Shinzō Abe para combater uma deflação que já dura décadas e trazer o crescimento de volta ao país. A avaliação do Morgan Stanley é que para atingir a meta de 2% de inflação, o banco central japonês terá que injetar dinheiro na economia, na contramão do que estará ocorrendo nos Estados Unidos.
4. Europa: da fragmentação financeira para união bancáriazoom_out_map
Afastado o risco de colapso, a Europa ainda engatinha em direção a uma plena recuperação. 2014 será mais um ano de desafios: em novembro, o Banco Central Europeu assume o papel de regulador único dos bancos do continente. A preparação para esse papel já começou. Durante um ano, o BCE vai avaliar, testar e divulgar a liquidez, os ativos e balanços de pagamentos de todo o sistema. De acordo com o Morgan Stanley, o passo é crucial para restaurar a confiança e turbinar o crescimento (que será de apenas 0,5% em 2014, segundo o banco).
5. China: de um crescimento via alavancagem para um crescimento via reformaszoom_out_map
5/7(REUTERS/Jason Lee)
A China sinalizou no seu último plenário que está disposta a promover mudanças sociais como o relaxamento da política de filho único e a permissão para que cidadãos tenham posse da terra e liberdade de movimento. O risco, segundo o Morgan Stanley, é que a liberalização de um mercado financeiro pouco desenvolvido seja colocada em prática antes do que a agenda (necessária) de reformas. Isso causaria uma transição brusca que poderia atrapalhar o crescimento.
6. Emergentes: de um sistema tradicional (quebrado) para um novo paradigma (sustentável)zoom_out_map
6/7(Divulgação)
Em relação aos emergentes, a avaliação do Morgan Stanley é que investidores e os criadores de políticas públicas finalmente concordaram que reformas estruturais - e não respostas cíclicas - são o caminho a ser seguido. No entanto, os países estão fugindo de reformas ou caminhando para a direção "errada" (o caso de Brasil e Rússia, segundo o Morgan Stanley). De uma forma ou de outra, o êxito dos emergentes continua refém também de uma transição suave nos Estados Unidos.