Economia

5 previsões da OCDE para a economia global (e o Brasil)

A OCDE derrubou suas previsões de crescimento da economia global, fazendo soar o alarme da estagnação do comércio mundial


	OCDE: entidade cortou a previsão para o crescimento global em 2015 para 2,9 por cento.
 (Thinkstock/Thinkstock)

OCDE: entidade cortou a previsão para o crescimento global em 2015 para 2,9 por cento. (Thinkstock/Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 9 de novembro de 2015 às 17h45.

São Paulo - A OCDE derrubou nesta segunda-feira suas previsões de crescimento da economia global, fazendo soar o alarme da estagnação do comércio mundial, fator que limita as perspectivas de crescimento nas principais economias emergentes.

Em seu relatório semestral, a Organização para o Desenvolvimento Econômico e Cooperação cortou a previsão para o crescimento global em 2015 para 2,9 por cento, dos 3 por cento previstos em setembro.

Apesar da queda dos fluxos do comércio global se aproximar de níveis normalmente associados à recessão, a entidade acredita que ações tomadas pela China e outros países devem garantir uma retomada, ainda que lenta, do crescimento para 2016 e 2017, a uma taxa anual de 3,3% e 3,6%, respectivamente.

"A desaceleração do comércio global e a fraqueza contínua no investimento são muito preocupantes. A força no comércio e investimentodeve ir de mãos dadas com um crescimento global mais forte. É necessário que os líderes do G20 renovem seus esforços para assegurar um crescimento forte, sustentável e equilibrado", disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria.

Veja abaixo algumas das previsões do relatório Economic Outlook para a economia global e o Brasil para o próximos dois anos.

Estados Unidos

Nos EUA, a produção segue um caminho de forte crescimento, impulsionado pela demanda das famílias americanas. A OCDE estima um crescimento do PIB do país de 2,5% no próximo ano e 2,4% em 2017.

Zona do Euro

De acordo com o relatório, espera-se que a recuperação na zona euro será reforçada com a ajuda de uma política monetária flexível, preços mais baixos do petróleo e moderação no ritmo de definição de orçamentos. Também projeta-se um aumento de 1,8% de atividade na zona do euro em 2016 e de 1,9% em 2017.

China

Na segunda maior economia do mundo, a taxa de crescimento econômico tende a desacelerar para 6,8% em 2015 e continuar a diminuir gradualmente, podendo alcançar 6,2% em 2017, quando a atividade econômica deve se reequilibrar.

Segundo o relatório, atingir este reequilíbrio, evitando um declínio acentuado no crescimento do PIB e contendo os riscos para a estabilidade financeira, representa um desafio significativo para a China.

Brasil

A OCDE considera que a recessão sofrida pelo Brasil neste ano não só será mais forte do que tinha previsto há seis meses, com uma queda da produção de 3,1%, mas além disso se prolongará em 2016, com um novo descenso de 1,2%.

A recuperação só deve vir em 2017, quando espera-se um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 1,8%, uma vez que melhorem os resultados fiscais, que se consiga controlar a inflação e que o restabelecimento da confiança permita um maior investimento.

Outros emergentes

Em outras economias emergentes, os fatores adversos, em geral, também aumentaram. Segundo o relatório, isso é reflexo dos preços mais fracos das commodities e condições mais apertadas de crédito. Tal cenário não é nada confortável, pois implica num risco maior de saídas de capital e forte depreciação das taxas de câmbio, gerando mais vulnerabilidades financeiras.

Rússia, assim como o Brasil, tem sofrido recessões e não deve retomar o crescimento positivo em termos anuais antes de 2017. Em contraste, as perspectivas de crescimento da Índia permanecem relativamente fortes. Estima-se que o crescimento do PIB indiano deverá ficar acima dos 7% nos próximos anos.

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